Marcos Porto / Agencia RBS Pesquisadores estudam possibilidade de produzir o sal em larga escala.

Já ouviu falar em sal verde? Extraído de uma espécie específica de planta, chamada Sarcocornia Ambígua, este sal tem até três vezes menos cloreto de sódio e ainda tem a capacidade de evitar o envelhecimento precoce das células. Mas não para por aí… O sal extraído de planta ainda combate o colesterol e apresenta substâncias que atuam contra tumores. A planta responsável por este sal é normalmente encontrada no litoral catarinense.

Após a descoberta do sal extraído de planta há 10 anos, surgiu a ideia de substituir o tradicional sal de cozinha que tanto faz mal à saúde, pela solução verde. Para tal, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria com a EPAGRI, estão analisando a viabilidade econômica e se é possível realizar a produção em grande escala, de forma que chegue até o consumidor comum.

“Sempre fazíamos expedição para coleta de material. Quando estávamos caminhando na praia, a planta chamou atenção, porque parecia um cactos, mas estava na água”, revelou Cecília Cipriano Osaida, fitoterapeuta responsável pela descoberta do sal extraído da planta, ao jornal Zero Hora. A descoberta, inclusive, ocorreu em parceria com outro pesquisador, Amaury Silva Junior, da EPAGRI.

Osaida, inclusive, acredita que o sal contido na planta é resultado de sua localização em uma área que combina mangue e mar na cidade de Palhoça, dentro da grande Florianópolis. Também há registros da planta em São Francisco do Sul e outros municípios do Rio Grande do Sul, o que reforça a hipótese de que é possível encontrar a Sarcocornia Ambígua ao longo de todo o litoral sul.

Reprodução / Diário Catarinense Sal verde apresenta inúmeros benefícios ao ser humano.

 

O que esperar no futuro?

Segundo Cecília, o próximo passo é dar entrada nos protocolos de cultivo. “Já pensou usar um sal que abaixa ao invés de aumentar a pressão arterial? É isso que o sal verde faz”, finaliza a fitoterapeuta. Outro pesquisador do projeto Flora Catarinense da Estação Experimental da EPAGRI, Alexandre Visconti, mostra otimismo e revela que já foram realizadas análises químicas que apontaram um cenário positivo pela frente, muito em razão da baixa concentração de sódio e pela quantidade de potássio da planta. A confiança é geral que em breve a produção de sal extraído de planta será possível.

“Temos um projeto, orçado em R$ 300 mil, que prevê produzir em áreas onde eram cultivados camarões. Então temos que ver se o sistema de produção mantém as características da planta”, observou o Alexandre. Nesta etapa, os estudos podem levar até três anos.