iStockphoto.com / MarcoMarchi Ação tem o objetivo de verificara eficácia das plantas.

Em meio à discussão sobre a legalidade e ética do uso ou não de tratamentos médicos alternativos, o Governo da Paraíba está implementando um projeto fitoterápico que pretende utilizar plantas medicinais durante o tratamento de pacientes. A iniciativa presente nas unidades hospitalares do estado é uma realização em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

O objetivo é incentivar boas práticas integrativas de saúde e também mais estudos nacionais sobre fitoterapia que comprovem a eficácia do uso de plantas medicinais no tratamento de doenças. Inclusive, em algumas unidades, como no Hospital Geral de Mamanguape (HGM), já existe até uma horta especial onde são cultivas plantas medicinais por estudiosos e funcionários do local.

“Quando recebemos a proposta da secretária de Estado da Saúde, Roberta Abath, ficamos muito felizes e entusiasmados. Além de fortalecer as ações de extensão da UFPB, nas áreas de saúde e meio ambiente, podemos efetivamente contribuir com tratamentos alternativos, seguros e naturais para a saúde da população”, afirmou Emmanuel Fernandes Falcão, assessor de extensão da Pro-Reitoria da UFPB.

O uso de plantas medicinais também valoriza outro aspecto essencial durante o tratamento de doenças: a humanização da relação com os pacientes e a própria comunidade. “Essa é uma forma de impulsionar a produção de plantas medicinais na região e resgatar o conhecimento popular. A população precisa ter acesso a medicamentos naturais, mais baratos e, ainda assim, eficientes”, complementou Emmanuel Falcão.

Ciclo produtivo de plantas medicinais

iStockphoto.com / filmfoto Projeto também ajuda a resgatar o conhecimento popular.

“A ideia é também promover um verdadeiro ciclo produtivo que inclui estudantes das áreas de saúde, biologia, ecologia e humanas, assim como profissionais de saúde e usuários dos serviços. Todos saem ganhando. Os estudantes aprendem, na prática e em campo, o que é visto na teoria nas salas de aula. Os profissionais, já no mercado, aprendem, através da capacitação e contato direto com as plantas medicinais, a funcionalidade e os benefícios que elas podem trazer à saúde. E a população recebe tratamento natural e eficaz, associando os princípios da educação popular ao saber científico”, afirmou Falcão.

Além da importância das plantas medicinais, as hortas localizadas nas unidades de saúde também chamam a atenção pela beleza. “É impossível não se encantar diante do visual das plantas na horta”. Entretanto, é sua funcionalidade que as tornam ainda mais especiais. Elas existem para serem utilizadas em favor dos nossos usuários. “Há uma mistura de plantas medicinais, aromáticas e ornamentais”, afirmou Isis Unfer, diretora geral do HGM.

O projeto de tratar pacientes com plantas medicinais já está em fase de implementação em outras unidades, como no Hospital de Itapororoca. “O terreno já está sendo preparado para plantação da horta. Um dos fatores mais interessantes são as plantas medicinais, pois, de acordo com o projeto, vão trabalhar em conjunto com os medicamentos farmacêuticos”, afirmou Tássia Mendes, diretora geral do hospital.

Melhora também na saúde financeira

Além de propor uma alternativa mais saudável para o tratamento dos pacientes, o uso de plantas medicinais através de hortas nas unidades hospitalares também influencia nos gastos mensais dos hospitais com a compra de remédios.