Reprodução / Gigawatt Global Essa fazenda solar seria suficiente para abastecer 1.400 casas nos EUA, mas em Ruanda, ela abastece 250.000 casas.

Que o mundo precisa acelerar a mudança das tradicionais matrizes energéticas para fontes limpas e renováveis, isso não é segredo para ninguém. A poluição desenfreada ao longo dos séculos XIX e XX elevou a concentração de gases tóxicos na atmosfera e a consequente elevação da temperatura global, isso porque o aquecimento global é provocado justamente por gases emitidos por indústrias, automóveis e também durante os processos de geração de energia.

A novidade é que os projetos de energia solar (uma das fontes mais limpas de energia) estão ficando mais baratos e também mais rápidos. Um bom exemplo vem do continente africano, mais precisamente de Ruanda. A nação localizada no centro do continente e que é mundialmente conhecida por sua sangrenta guerra civil, desta vez chamou a atenção das pessoas pela rapidez e eficiência na instalação de um grande projeto de energia solar.

Em apenas um ano foi instalada com sucesso uma fazenda solar com capacidade de gerar 8,5 MW (megawatts), o que é mais do que suficiente para fornecer energia elétrica para mais de 1.000 residências nos Estados Unidos, por exemplo. Já no próprio país, onde o consumo médio de uma família é bem menor, o impacto é ainda mais incrível.

Escolha do local e instalação da fazenda solar

As colinas verdes de Ruanda foram escolhidas para receber a fazenda solar justamente por se tratar de uma das muitas nações africanas que sofrem com a falta de desenvolvimento social. Além disso, também há outro lado significativo: auxiliar crianças órfãs do país. Para tal, as terras arrendadas pertencem à organização Agahozo Shalom Youth-Village que trabalha com meninos e meninas de todo país. Através do arrendamento das terras, a organização possui agora maior capacidade financeira para viabilizar projetos sociais com as crianças.

Neste modelo de fazenda solar, os painéis fotovoltaicos não são fixos (como ocorre normalmente) e podem ter o ângulo de inclinação alterado para favorecer a captação de energia solar no período da manhã e também à tarde. Este trabalho pode ser feito à distância por computadores. Esta técnica, inclusive, pode aumentar em 20% a eficiência dos painéis.

A realização do projeto, entregue em tempo recorde, contou com apoio internacional de grandes nomes, como Gigawatt Global, Norfund e Scatec Solar. A fazenda solar de Ruanda também recebeu apoio importantíssimo da iniciativa “Energia para África” que tem no presidente norte-americano, Barack Obama, um dos principais incentivadores.