Totnes, Inglaterra.
Totnes, Inglaterra. Foto: © Depositphotos.com / samot

Para os moradores da cidade de Totnes, na Inglaterra, o ano de 2004 foi literalmente um ano de transição. Com o apoio do Schumacher College, importante instituto de ensino de sustentabilidade localizado na cidade, o professor de permacultura Rob Hopkins e seu amigo Naresh Giangrande iniciaram uma grande mobilização, envolvendo comunidade e grandes pensadores em conversações sobre temas ligados à questão energética, às mudanças climáticas e também ao desenvolvimento social.

Depois de um ano, foram criadas verdadeiras diretrizes para uma possível transição energética da cidade e, em 2006, o “Trasitions Tows” passou a ser considerado um verdadeiro movimento. As direções apontadas para uma mudança nos padrões de utilização e geração de energia e poluentes da cidade, sempre de olho na sustentabilidade, ganhou força, estrutura e maturidade.

A metodologia do movimento “Transitions Towns” se fundamenta basicamente em seis princípios:

● Visão – Criação de visões positivas do futuro que podem mobilizar a comunidade;

● Inclusão – Desenvolvimento de diálogo com toda a comunidade;

● Tomada de consciência – Desenvolvimento de conhecimento a respeito das questões e particularidades da própria comunidade;

● Resiliência – Construção de comunidades resilientes, que estejam preparadas para enfrentar choques e mudanças;

● Envolvimento emocional e afetivo – Apoio às pessoas na superação do senso de impotência para a mudança e isolamento;

● Criação de soluções críveis e adequadas – Desenvolvimento de soluções que sejam factíveis e propostas pela própria comunidade.

Os resultados desse processo já podem ser visualizados em Totnes, com mais de 30 projetos executados por iniciativa do movimento. As áreas de atuação são sempre de interesse comunitário como transporte, educação, saúde e alimentação. Em 2007, foi lançada a rede de apoio intitulada “UK charity Transition Network” para ajudar outras cidades e comunidades a desenvolverem a metodologia e, desde então, o movimento vem se expandindo rapidamente de forma viral e global, sendo contabilizadas oficialmente 382 iniciativas e 458 em desenvolvimento, em 34 países.

Transition Towns Brazil
Transition Towns Brazil. Foto: facebook

O Brasil foi um dos agraciados com a natural expansão do movimento. Por aqui, o primeiro passo foi compreender quais eram os campos mais sensíveis e, portanto, os que pediriam mais recursos e mereceriam prioridade. As questões sociais, como inclusão, violência e desemprego figuram no topo desta lista. Um trabalho cuidadoso foi realizado pelo movimento na favela da Brasilândia, na cidade de São Paulo. As soluções levantadas partiram da própria comunidade e foram colocadas em prática, agindo como um fator para a diminuição dos níveis de violência na favela.