Língua de gelo Erebus
Foto obtida pela NASA em 2004 mostra a língua de gelo Erebus, localizada na Ilha de Ross, Antártica. Foto: AFP/NASA

Desde a última quarta feira, 23, estão reunidos em Hobart, na ilha da Tasmânia, Austrália, parceiros da Comissão para a Conservação dos Recursos Vivos Antárticos a fim de chegar a um consenso sobre a possível criação de uma demarcação territorial da Antártida. Dirigentes de 25 países entre Brasil, China, União Européia, Rússia e Ucrânia estudam as alternativas para delimitar a região e evitar a degradação do ecossistema e desaparecimento de espécies animais.

Após várias tentativas fracassadas, o plano ainda consiste em proteger os “últimos territórios marítimos virgens” que, de acordo com os ecologistas, são o habitat de 16 mil espécies, entre as quais estão focas, baleias, pinguins e peixes endêmicos. De acordo com informações da Agência France Press, o diretor do projeto de criação de santuários no oceano Austral – outro nome utilizado para oceano Antártico –, Andrea Kavanagh, disse que “os países podem superar as tentativas frustradas do ano passado reunindo-se este mês para salvaguardar estas áreas vitais”.

Um dos projetos para a execução do santuário é liderado pela Austrália, Alemanha e França e prevê a criação de sete áreas marinhas protegidas no leste da Antártica, do lado do Oceano Índico, em uma superfície de 1,6 milhão de quilômetros quadrados.

Bloco de gelo na Antártica
Foto: horacio

Já Estados Unidos e Nova Zelândia pretendem demarcar uma área marítima protegida de 1,25 milhão de km² no Mar de Ross, baía profunda voltada para o Pacífico. A superfície total dessas áreas protegidas seria cinco vezes maior que a França e um pouco menor que a Índia.

Os membros decidiram há oito anos demarcar essa área do território glacial por conta da presença de pescadores. Quanto mais as populações de peixes diminuem devido a pesca predatória ao longo das décadas, os barcos pesqueiros se dirigem cada vez mais para o sul. E é este fenômeno que eles pretendem evitar com a criação do santuário.

Estas alternativas foram exibidas e debatidas em julho passado durante encontro na Alemanha, entretanto nenhum acordo foi concluído, pois a Rússia e Ucrânia descordam de alguns pontos do projeto. Para esses dois países pode custar caro restringir a atividade da indústria pesqueira.

Embora a posição da Rússia e da Ucrânia atrase o acordo para a execução do projeto, os defensores dos santuários marinhos declaram que não irão desistir de preservar esse patrimônio natural.