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Um estudo da Universidade de Wisconsin-Milwaukee, publicado no jornal Epidemiology, colabora com as recentes pesquisas que relacionam o autismo com a exposição do feto ao ar poluído nos últimos meses de gestação. Neste trabalho, os cientistas estudaram especificamente a exposição à poluição causada pelo trânsito.

Os pesquisadores analisaram dados coletados em 77.500 casas na Carolina do Norte e 87.000 na Califórnia. As medições da poluição começaram antes mesmo da concepção dos bebês e continuaram a serem feitas de três em três semanas durante a gestação e o primeiro ano de vida da criança. Os cientistas, então, compararam o tempo e nível de exposição à poluição em cerca de mil crianças que passaram a desenvolver o autismo.

Uma das descobertas mais importantes do trabalho foi a de que o ar poluído teve mais influência no aparecimento do autismo quando a exposição ocorreu no último trimestre de gravidez. As taxas de autismo foram um terço maior entre crianças neste caso. Por outro lado, o estudo não encontrou aumento significativo nas ocorrências de autismo quando as exposições ocorreram mais cedo durante a gestação ou após o nascimento.

A inclusão de duas regiões geográficas permitiu aos pesquisadores observar as diferenças de clima, padrões climáticos sazonais e os componentes regionais do ar poluído. Os pesquisadores descobriram que, na Carolina do Norte, as exposições à poluição foram maiores para as crianças nascidas no verão. Na Califórnia, as exposições foram maiores aos bebês nascidos no outono e inverno.

“Nossa confiança de que a poluição do ar durante a gravidez é um fator de risco para o autismo cresce a cada pesquisa feita”, comentou o epidemiologista Michael Rosanoff, diretor de pesquisa em saúde pública da Autism Speaks. “Agora podemos nos concentrar na biologia e no que coloca algumas mães em maior risco do que outras – e, mais importante ainda, com quais práticas de saúde pública pode se reduzir esse risco”, completou.

Agora, outras pesquisas são importantes para entender como alguns poluentes afetam o desenvolvimento do cérebro durante a gestação.