© Depositphotos.com / leeser De acordo com dados da SEEG, em 2015 foram emitidas 1,927 bilhões de toneladas de CO2.

Mesmo com todos os esforços e acordos selados pelos líderes de todo o mundo para diminuir as emissões de gases de efeito estufa no planeta, dados publicados recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostraram números alarmantes no volume desses gases nunca atingidos antes.

Segundo os cálculos registrados pelo relatório, as emissões brutas desses gases no Brasil cresceram 3,5% em 2015 em relação ao ano anterior, atingindo pela primeira vez a marca simbólica de 400 partes por um milhão (ppm). Esse montante, de acordo com o Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (Seeg), foi de 1,927 bilhões de toneladas de CO2 no ano passado, um pouco a mais que 2014, ano em que foram emitidas 1,861 bilhões.

O estudo mostrou que o principal responsável por esse problema é o desmatamento, contrariando as expectativas de queda no lançamento de poluentes esperada em um ano de crise mundial. A taxa de desmatamento na Amazônia aumentou muito, chegando a 25% em 2015, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“O aumento aconteceu em um ano em que o PIB do país caiu 3,8% e foi puxado pelo aumento do desmatamento”, reforçou o coordenador do SEEG, Tasso Azevedo, durante evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo.

O El Niño, fenômeno atmosférico-oceânico, também foi decisivo para que tivesse essa aceleração, devido às secas em regiões tropicais que acabaram prejudicando sua capacidade de absorver os gases emitidos.

Aumento do uso de energias renováveis

Bem diferente do cenário ruim que foi publicado sobre as emissões de gases de efeito estufa, o setor de energia teve uma queda de 5,3% no lançamento de poluentes de 2015 em função da desaceleração da economia. O estudo também mostrou que o aumento na utilização de energias renováveis é outro fator para essa redução.

Em relação aos combustíveis, de acordo com o levantamento, houve uma queda de 7,4% por conta da diminuição do uso de diesel e a substituição na utilização de fósseis por fontes renováveis. Já no setor da agropecuária, um dos principais responsáveis pelas emissões no Brasil, não teve uma variação considerável em comparação com o ano anterior, da mesma forma que as indústrias, que tiveram uma pequena elevação de 0,3% nas emissões.