Fonte: National Geographic Moisés Sanga, empresário criador da Eco-Fuel Africa

Sanga Moisés foi eleito como um dos Exploradores Emergentes da National Geographic 2014, uma designação que honra visionários do amanhã, que fazem descobertas e inspiram pessoas a cuidar do planeta.

A vida de Sanga Moisés não foi fácil. Ele cresceu com os pés descalços em uma pequena vila de Uganda, com telhado de palha e sem eletricidade. No entanto, se tornou o primeiro do seu clã a cursar uma pós-graduação e aceitou um emprego no banco em Kampala.

Em 2009, voltando para casa numa visita a capital de Uganda, ele encontrou na estrada sua irmã de 12 anos. “Ela ficou lá chorando, com um pacote pesado de madeira em sua cabeça”, lembra Moisés. “Ela ficou chateada porque, como a maioria das meninas rurais, ela perdeu dias de escola a cada semana em busca de lenha.”

Essa não foi a única mudança que Moisés notou em sua cidade natal. “Quando eu era jovem, a nossa casa era cercada por florestas”, diz ele. “Agora todas aquelas árvores se foram, e as crianças precisam caminhar longas distâncias para coletar madeira.”

Procurando uma solução para os problemas nascidos da queima da madeira, Moisés deixou o emprego e começou a aprender tudo o que podia sobre recursos renováveis. Eventualmente, ele se deparou com a prática cada vez mais popular de transformar lixo orgânico em combustível.

Moisés começou a trabalhar com estudantes de engenharia para projetar fornos e máquinas de briquetagem. Depois de quatro anos dedicados ao projeto, 2.500 agricultores usam seus fornos para transformar resíduos agrícolas, como cascas de café e resíduos da cana-de-açúcar e arroz, em carvão vegetal.

Fonte: National Geographic A máquina de construir briquetes, desenvolvida para o projeto, funciona sem eletricidade.

Moisés então fundou a empresa Eco-Fuel Africa, que transforma e leva esses briquetes para o mercado, fornecendo combustível mais limpo do que a madeira para cerca de 19 mil famílias de Uganda.

Além disso, o grupo de Moisés também combate o desmatamento ao investir os lucros no plantio de novas árvores (ao todo já foram 12 mil) e em parcerias com as escolas locais, para que o reflorestamento faça parte da educação ambiental.