© Depositphotos.com / cobalt88 Procura por energia limpa pode resultar na queda do uso de petróleo e carvão.

Não é novidade para ninguém que uma das reformas necessárias para garantia de um futuro do planeta mais sustentável é a redução expressiva ou inibição do consumo de combustíveis fósseis. E, segundo um estudo realizado por pesquisadores britânicos da Imperial College, em parceria com a Carbon Tracker, a demanda global por petróleo e carvão mineral deve parar de crescer a partir de 2020.

De acordo com a pesquisa “Espere o inesperado – O poder disruptivo das tecnologias de baixo carbono”, a queda no custo de energias renováveis deve fazer com que os investimentos na produção de petróleo e carvão percam mercado, além de acelerar a transição para uma economia mais limpa.

Vale destacar também que os especialistas tomaram como base as metas assumidas pelos países no Acordo de Paris, firmado no segundo semestre do ano passado. Entretanto, ainda não se sabe ao certo como Donald Trump, novo presidente dos Estados Unidos e crítico público das políticas de sustentabilidade, se posicionará mediante as novas tendências de consumo destes combustíveis.

Para as empresas do ramo energético, o estudo alerta para a necessidade de uma rápida atualização, visando uma melhor adaptação ao novo cenário do setor – levando em consideração as mudanças tecnológicas aceleradas que têm viabilizado a energia renovável. Prova disso, um módulo de energia solar caiu cerca de 99% desde 1976.

Para se ter uma ideia, a expectativa é de que só a energia solar seja capaz de suprir cerca de 23% da demanda global de energia em 2040 e chegar até 29% em 2050. Nesta projeção, o uso do carvão seria extinto e o gás ficaria com apenas 1% do mercado. A respeito dos automóveis elétricos, os modelos poderiam ser responsáveis por 35% do transporte rodoviário em 2035, dobrando sua porcentagem na metade do século.

“As cinco maiores empresas de energia da Europa perderam € 100 bilhões de valor entre 2008 e 2013 porque falharam em prever o avanço das tecnologias limpas. As empresas agora reconhecem que entraram no mercado de baixo carbono com dez anos de atraso”, destacaram os autores do estudo.