Quem mora nas grandes cidades sabe que não é tão difícil achar lixeiras de coleta seletiva, sabemos que na maioria dos pontos comerciais, ruas movimentadas e escritórios, conseguimos achar uma lixeira e depositar o lixo correspondente a cada coletor. Mas será que isso ocorre na maioria das cidades? Conseguimos identificar qual o tipo de lixo que devemos jogar se não tiver a informação destacada? E por que devemos separar o lixo sendo que é apenas “lixo”?

Coleta Seletiva
Foto: Ministério da Saúde

Eu mesmo já encontrei lixeiras de coleta seletiva sem identificação e algumas pessoas jogando em qualquer um dos coletores, porque “lixo é lixo”, e por incrível que pareça as pessoas possuem a cultura de se preocupar com o lixo e muitas vezes descartam nas ruas ou em qualquer lugar porque pensam que “é um problema do gari” ou “estou garantindo o emprego dele”. Pelo menos uma vez na vida você já se deparou com alguma cena semelhante ou isso infelizmente acontecerá.

A nossa cultura torna-se preguiçosa e acomodada quando o assunto é “organizar”, “planejar” e “executar”, principalmente se for sobre algo que já foi usado (e a maioria pensa: se for para ser descartado que seja bem longe!), quantas vezes vemos alguém jogando lixo na rua e estava próximo a uma lixeira! Hoje em dia a maioria dos transportes e áreas públicas possuem lixeiras, concordo que existem muitas destruídas pelo vandalismo, acidentes ou outros casos, mas é uma questão cultural, se a pessoa não acha uma lixeira na maioria das vezes não pensará duas vezes e jogará em qualquer lugar.

O número de garis não é suficiente para manter o nível apropriado de limpeza na cidade, e a questão cultural dificulta o avanço de melhorias na cidade. Moramos em cidades que não param e a quantidade de lixo só aumenta.

Uma solução eficiente é a coleta seletiva, que é um meio de receber o lixo de acordo com o tipo de resíduo e enviar para a reciclagem, além de descartar o lixo que não poderá ser aproveitado ou aquele que contamina o solo em locais adequados. Nos últimos anos houve um aumento da quantidade de municípios que fazem a coleta seletiva, são cerca de 990 em todo o Brasil, a maioria se encontra na região Sul e Sudeste.

A identificação dos lixos é simples, mas deveria ser fixada em todos os veículos de comunicação para que desenvolvêssemos os hábitos de saber qual coletor é o correto. Os consumidores precisam se habituar com esse ato simples que traz benefícios notáveis ao meio ambiente. O país perde cerca de R$ 8 bilhões/ano por deixar de reciclar resíduos que poderiam ter outra finalização, do que ser encaminhados aos aterros e lixões que já estão superlotados e poluindo a cada dia mais o nosso meio ambiente.

São vários os benefícios que impulsionam o crescimento da coleta seletiva. Nas empresas, a implementação da sustentabilidade aumenta a sua credibilidade, pois não visa apenas nos ganhos em valores, mas também com o meio ambiente. O impacto da coleta seletiva gera a separação de resíduos que será reaproveitado e diminui o impacto na degradação do solo e água.

Em outros países a coleta seletiva foi implantada há muitos anos e serviu de exemplo para as gerações seguintes. Aqui no Brasil este serviço não foi bem divulgado e implementado. Inúmeros municípios não têm o suporte necessário para fazer a manutenção do serviço, além disso, muitas pessoas nem se quer sabem o que é e como funciona a coleta seletiva na sua cidade ou se existem ecopontos. A coleta não é organizada e os caminhões passam a qualquer dia e hora sem avisar os moradores. Além do problema da coleta, surge a dificuldade do armazenamento do lixo reciclável, muitas vezes eles se misturam ao aterro sanitário por falta de espaço ou de instrução correta aos funcionários.

Existem outros problemas por trás da falta de organização de algumas cidades sobre a execução do projeto, retirada e pontos de reciclagem, creio que é um problema em comum de várias prefeituras, e se não ocorrer uma mobilização, a coleta seletiva não sairá do papel.

Coleta Seletiva
Foto: Revista Veja e Estadão

Para ilustrar o problema, apenas 6% das cidades brasileiras possuem mecanismos para a coleta seletiva e a cidade de São Paulo só recicla 1% do lixo gerado na cidade.

É preciso mudar, é preciso apostar em novas ideias.

Fonte:
www.coletasolidaria.gov.br
www.brasil.gov.br
www.institutogea.org.br