Reprodução A árvore tem o dobro de potencial de uma turbina eólica clássica.

Quase 100 folhas de plástico dão o toque especial na chamada Árvore do Vento (Wind Tree, nome em inglês) que visa aproveitar as correntes de ar das cidades para gerar energia. O montante serve como pequenas turbinas, com as folhas penduradas em um tronco de aço, fazendo com que a estrutura aproveite todo tipo de vento, inclusive pequenas correntes de ar que circulam nas cidades entre prédios e ruas.

Totalmente silencioso, o sistema criado pelo francês Jérôme Michaud-Larivière em 2014 funciona como um gerador e as folhas giram desde o primeiro momento em que o vento atinge dois metros por segundo. Sua potência é calculada em 3,1 quilowatts.

De acordo com dados, as turbinas eólicas clássicas costumam gerar energia apenas quando o vento é de quatro metros por segundo, o que deixa a árvore com um potencial até duas vezes maior.

Dessa forma, segundo o criador, elas são mais rentáveis que outras fontes de energia eólica porque, por detectar pequenas correntes, o número de dias nos quais a árvore pode produzir eletricidade aumenta.

Para alavancar o projeto e lançá-lo para todo o mundo, Michaud-Larivière fundou a startup NewWind. Ao todo, os pesquisadores envolvidos precisaram de três anos de pesquisa para criar um protótipo de 11 metros de altura. Este foi instalado na Cidade das Telecomunicações de Pleumeur-Bodou (Bretanha, oeste da França).

No entanto, o custo da árvore ainda é alto: 29.500 euros, sem impostos (cerca de R$ 94,5 mil). Por isso, algumas alternativas estão sendo testadas, como a implantação das folhas em telhados ou estradas para produzir energia para lâmpadas.

Ao todo, já foram vendidas 21 árvores, especialmente para as comunidades locais e a grandes empresas da região. A expectativa é de que 2015 uma Árvore do Vento seja “plantada” na Praça da Concórdia, em Paris, de modo a aumentar a conscientização a respeito da importância da energia renovável nas cidades.

O problema, porém, é que muitos especialistas ainda não confiam no potencial do sistema. De acordo com a Agência de Meio Ambiente e Controle da Energia (Ademe), a árvore é muito frágil. Dessa forma, o próximo passo de Michaud-Larivière está relacionado a testes reais e em situações maiores para provar a eficácia desse tipo de sistema.

Para saber mais, assista ao vídeo publicado pela NewWind, no qual o processo de captação e geração de energia é explicado detalhadamente.