Poluição
Foto: ecodebate

O dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2) representa apenas 0,35% de todos os gases presentes na atmosfera terrestre. Mas o desequilíbrio provocado pelo excesso de emissões vem trazendo grandes transformações e preocupações. Alterar a composição da atmosfera significa mudar um sistema que é responsável pela manutenção da vida no planeta.

O equilíbrio do gás carbônico na atmosfera depende do ciclo do carbono, que, de forma simplificada, se inicia com a absorção do CO2 por plantas e animais autótrofos. Estes seres utilizam o gás para a fotossíntese e o incorporam em suas moléculas. Quando animais herbívoros consomem essas plantas, absorvem o CO2 e o devolvem à atmosfera através de sua respiração e também pela decomposição de seus excrementos. Se os herbívoros são consumidos por animais carnívoros, o CO2 segue adiante na cadeia alimentar, mais uma vez sendo devolvido à atmosfera pela respiração e excrementos.

Porém, observado de forma mais cuidadosa, o ciclo do carbono pode apresentar uma série de complexidades e variações. Uma das mais importantes diz respeito ao papel desempenhado pelos oceanos. Atualmente eles são considerados peças fundamentais para o ciclo do carbono, pela absorção de CO2 realizada por algas e fitoplânctons.

Mas esta história está ganhando outro destaque: as salpas (Salva aspera), pequenos animais gelatinosos que vivem nos oceanos. Estudos recentes apontam o insuspeito ser do grupo dos tunicados como um importante agente no armazenamento de carbono no fundo dos oceanos.

Salpa
Foto: gizmodo

As salpas alimentam-se de grandes quantidades de fitoplancton e sobem à superfície dos oceanos durante a noite, regressando depois ao fundo do mar. Como consequência deste comportamento, os seus dejetos são libertados a grandes profundidades e afundam rapidamente sem se tornarem alimento de outros seres marinhos. Assim o carbono é acumulado no fundo do mar e não retorna à atmosfera.

Salpa
Foto: pac.dfo-mpo

Visto que o fitoplancton é responsável pela captura de enormes volumes de carbono atmosférico, calcula-se que as grandes aglomerações de uma espécie de salpa, chegando a cobrir 100.000 km², podem produzir dejetos capazes de acumular até 4 mil toneladas de carbono que são enviados para as profundezas oceânicas diariamente.

Esta descoberta é importante em um momento em que o crescente número de carros, as indústrias e outros componentes da sociedade contemporânea prezam pelo excesso de emissão de gás carbônico, causando danos no equilíbrio atmosférico e climático, e ameaçando ecossistemas inteiros. Enquanto as emissões não são devidamente controladas, as salpas podem ser consideradas grandes e importantes aliadas para a saúde do planeta.