Desmatamento da Mata Atlântica na região de Minas Gerais
Foto: sosma

Entre 2011 e 2012 o desmatamento na Mata Atlântica atingiu cerca de 235 km² de floresta nativa, representando um aumento de 29%, segundo o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica organizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e pela ONG SOS Mata Atlântica. Em 28 anos, desde 1985, quando o desmatamento começou a ser mensurado, o ecossistema perdeu 18.269 km² entre áreas de restinga e mangue, o mesmo que 12 vezes a medida do território da cidade de São Paulo.

Os estados que mais comprometem a Mata Atlântica estão entre a região nordeste e sudeste do Brasil. O estado de Minas Gerais foi o mais prejudicado pelo desmatamento, perdendo cerca de 50% do território verde entre 2011 e 2012. A Bahia ficou em segundo lugar com 4.516 hectares; o Piauí em terceiro, com 2.658 hectares de mata; e por último, no cálculo entre 2010 e 2011, Paraná apresentou aumento de 50% da área desmatada, com 2.011 hectares. Já Pernambuco foi o único que perdeu área de manguezal, aproximadamente 17 hectares.

Em relação à vegetação de restinga (solo arenoso com vegetação rasteira de cactos), a região com maior índice de desmatamento foi a de São João da Barra, no Rio de Janeiro, com 937 hectares devastados por conta da implantação de portos na região. As restingas também perderam espaço no Ceará, com 319 hectares; na Bahia, com 32 hectares; e Santa Catarina, com 257 hectares.

Resultados positivos

Reflorestamento
Foto: sosma

Ao contrário da situação que ocorre entre os estados citados, duas regiões brasileiras mostram resultados parcialmente promissores. Os estados de Espírito Santo e Mato Grosso do Sul reduziram em 93% e 92%, respectivamente, os índices de desmatamento. Embora sejam apenas esses dois estados, é visível o empenho de projetos de preservação presentes na área.

Para continuar o trabalho de diminuição desses dados agravantes e para aumentar as áreas verdes, existem diversas ONGs que realizam trabalhos de reflorestamento. Um deles é feito pela SOS Mata Atlântica, a qual, desde sua fundação, já plantou milhares de mudas em áreas devastadas por todo o Brasil. Em 2012, através de um projeto pela internet o qual o internauta realiza uma doação e fomenta árvores para reflorestamento, a ONG plantou mais de 27 milhões de árvores nativas do ecossistema, representando 13 mil hectares de áreas reflorestadas. Já em 2013, empresas parceiras do projeto ajudaram a reflorestar áreas desmatadas com aproximadamente 100 mil mudas de árvores.

Desafios do reflorestamento nacional

A Mata Atlântica, presente em 17 estados brasileiros e em 3.284 municípios, habitat de mais de 20 mil espécies de plantas e 2.181 tipos de animais, foi decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e considerada Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988. Além desses títulos relevantes, que servem para ressaltar a importância desse tipo de preservação ambiental, foi criada pelo SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação) as RPPNs (Reserva Particular do Patrimônio Natural), atualmente são cerca de 600 encontradas na Mata Atlântica.

Embora existam esses incentivos, ainda existe a dificuldade para repor a diversidade de vegetais e plantas. Atualmente existem apenas 8,5% de mata original. Para reverter esta situação as estratégias e alternativas necessitam ter continuidade, pois caminham paralelamente à presença das mudanças climáticas que provocam secas e perda de vegetações, como também a intensa presença da atividade agrícola nacional.

Mata Atlântica
Mata Atlântica, na região de Paraty, RJ. Foto: marciofleury