Reprodução / Facebook Na produção, carvoarias tradicionais dão lugar a novos equipamentos.

Quem disse que o carvão não pode ter uma produção consciente e humanizada? O carvão vegetal, que vem sendo usado em regiões mais pobres e com poucas fontes energéticas, é uma prova de que certos processos podem ser revistos, de forma a zelar pelo meio ambiente e pela saúde das pessoas envolvidas.

No processo de produção, a lenha é extraída de áreas legalizadas e demarcadas e com madeira cultivada de maneira controlada. Equipamentos modernos substituem carvoarias tradicionais que, muitas vezes, são clandestinas e não impõem um ambiente de trabalho saudável. Também o produto final é mais bem aproveitado e sai com maior qualidade.

Um bom exemplo de equipamento moderno para este uso é um utilizado na Ecocarvão, o Carbonizador Metálico Semicontínuo, que foi desenvolvido por Francisco Teotônio Neto Junior, e que é utilizado por seu filho, Victor Teotônio, desde 2009, na produção de carvão ecológico. Victor trabalha no sertão da Paraíba e criou a empresa.

Além de uma área de exploração controlada e sustentável, com a ajuda do equipamento desenvolvido pelo pai, Victor dá segurança a seus trabalhadores que não mais precisam entrar nas carvoarias com temperaturas tão altas que geram inúmeros danos à saúde.

Pela iniciativa, o projeto foi certificado no prêmio “DrylandChampions – Eu sou parte da solução”, concedido pela Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD), uma iniciativa da ONU que conta com o apoio do Ministério do Meio Ambiente.

O carvão vegetal é importante na produção do aço, pois entra na liga do ferro gusa que é uma importante matéria prima para o aço. A produção de carvão ecológico vem surgindo como uma opção promissora na região do semiárido e representa uma fonte de renda digna e em conformidade com o respeito ambiental.

No site do Ministério do Meio Ambiente, o diretor de Combate à Desertificação, Francisco Campello, acentua que a produção do carvão vegetal pode trazer inúmeros benefícios ao meio ambiente e às populações envolvidas no processo. “Para que isso ocorra, temos que entender que o termo sustentabilidade vai além da questão ambiental, passando por questões humanas, sociais e econômicas”, afirma.