Rodovia
Foto: ricardosep

De acordo com a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), 392.838.416 automóveis (abrangendo veículos leves, motocicletas, caminhões e ônibus) trafegaram pelas estradas federais até outubro de 2013. Ou seja, um imenso volume de automotores percorreu as vias nacionais e, consequentemente, emitiu substâncias tóxicas. No entanto, para minimizar os danos ambientais gerados nesse tipo de estruturas, a empresa TÜV Rheinland do Brasil criou o Selo Rodovias Verdes, certificação dada às autopistas que desenvolvem projetos de sustentabilidade.

Acreditada pela Agência Nacional de Telecomunicações, do Ministério das Comunicações, e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), a TÜV Rheinland, de origem alemã, aponta as concessionárias que apresentam melhores desempenhos, em termos de ecologia, nas áreas de design, construção e operação das estradas. Além disso, são considerados quatro níveis de certificação: o básico, o prata, o ouro e o platina.

“Desenvolvemos esta certificação em um momento muito propício, pois há cada vez mais concessões de rodovias por parte do governo, por meio das PPPs [Parcerias Público-Privadas]”, observa Rita Toscano, arquiteta e coordenadora do setor de construção sustentável da TÜV Rheinland do Brasil. Entre os pré-requisitos para obter o Selo Rodovias Verdes, estão: possuir estudo e relatório de impactos ambientais, planos de gerenciamento de resíduos, mitigação de ruídos, prevenção da poluição e controle de qualidade.

Embora seja elaborado a partir dos conceitos utilizados em modelos estrangeiros, como o americano Greenroads e o europeu Certivea Route Durable, o Selo Rodovias Verdes considera alguns aspectos referentes à realidade brasileira, pois inclui a inspeção de práticas trabalhistas, como funcionários contratados com carteira assinada, combate ao trabalho infantil e a utilização obrigatória de equipamentos de proteção individual.

Contudo, as questões ambientais são o foco da certificação, portanto, além de examinar as condições das pistas e equipes envolvidas em suas atividades, a TÜV Rheinland do Brasil sugere algumas medidas para fazer com que as estruturas de tráfego terrestre beneficiem a natureza, como a instalação de lâmpadas econômicas nas praças de pedágio e nos postes de iluminação, captação de energia solar, reaproveitamento da água das chuvas, a utilização de componentes recicláveis no pavimento, a construção de acostamentos permeáveis e o uso de combustíveis limpos nos veículos de operação.

Rodovia
Foto: ricardosep

Segundo a coordenadora da TÜV Rheinland, tais iniciativas são capazes de reduzir as despesas das rodovias de 15% a 30% e mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). “Os estudos e pesquisas para o desenvolvimento do selo contemplaram diagnósticos sob a ótica sustentável de algumas rodovias paulistas. Nossa conclusão foi a de que hoje já existem práticas que garantiriam a certificação básica dessas estradas. Porém, essas práticas precisam ser valorizadas”, diz Rita Toscano.

Beneficiando a natureza e seus recursos, as condições de trabalho dos profissionais que atuam na criação e manutenção das pistas e resultados financeiramente lucrativos, o Selo Rodovias Verdes utiliza as três bases do conceito de “sustentabilidade” (preservação do meio ambiente, responsabilidade social e desenvolvimento econômico) para incentivar aprimoramentos na infraestrutura brasileira.