De enxaguantes bucais a limpadores de casa e roupas, os produtos concentrados vieram para ficar.

Cada vez mais consumidores têm adquirido produtos concentrados para limpar a casa e lavar as roupas. E não é só em termos de limpeza que essas opções se mostram mais eficientes do que as tradicionais versões prontas para uso. Elas também são bem mais eco-friendly’s.

Ao diluir os produtos concentrados, os consumidores podem reaproveitar frascos de plástico que, em outra situação, seriam descartados no ambiente, contribuindo com uma quantidade significativa de resíduos indo parar em aterros sanitários. De acordo com a Abipla (Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins), as embalagens dos produtos concentrados gastam quase 40% menos resina plástica do que a versão convencional.

Além disso, os produtos para diluir são mais concentrados e, por isso, não têm a mesma quantidade de água. Ou seja, a diluição acontece na casa do consumidor. Então, com um produto muito mais leve, menos caminhões são necessários para o transporte e menos materiais são necessários para produzir as embalagens. Tudo isso significa menos emissão de CO2. “Em 2018, comecei a estudar a cadeia de limpeza que envolve um volume gigantesco de embalagens extremamente robustas que a gente compra para usar uma única vez e depois joga fora. Lembrando que 90% do que está dentro desses produtos é água, a gente basicamente carrega água para lá e para cá, para descartar os frascos depois de 15 ou 30 dias.”, conta a engenheira de produção Cilene Monteiro, fundadora da Desembala, startup que fabrica produtos de limpeza biodegradáveis.

Eco-friendly de verdade

Hoje em dia, ao fazermos as compras de produtos de limpeza, devemos escolher as empresas cuja filosofia é baseada na química sustentável (também chamada de química verde). Mas, mesmo um produto a ser diluído precisa seguir alguns critérios para ser considerado sustentável ou ecológico. Dentre eles, devem:

– Ser altamente concentrados para evitar o uso de muita água posteriormente;
– Ser embalados em materiais totalmente recicláveis, tanto de plástico quanto de papelão;
– Apresentar pelo menos a mesma capacidade que produtos de limpeza convencionais;
– Reduzir o uso de outros produtos químicos por metro quadrado em comparação com os produtos tradicionais;
– Ser cruelty-free e não usar ingredientes de origem animal;
– Vir de matérias-primas renováveis e não extinguíveis;
– Ter um preço competitivo para que, no curto prazo, a limpeza sustentável seja mais barata do que a limpeza convencional.

“Ah, mas é mais caro.” Não é, não!

A tendência é pensar que esses produtos são mais caros que os convencionais, mas essa ideia não corresponde à realidade do mercado. Além disso, muitas das soluções ecológicas trazem a diluição ideal do produto de acordo com a necessidade e nível de sujeira. Isso permite um consumo mais controlado e responsável.

“Ah, mas rende pouco”. Não rende, não!

Ao contrário! Fazendo a diluição correta seguindo a orientação do fabricante, os produtos concentrados rendem até mais que os de pronto uso. Uma embalagem de 5 litros pode render até 200 dependendo da marca. E ainda que ela seja um pouco mais cara, pode chegar a custar até metade do preço quando diluída.

Felizmente, o mercado brasileiro está bem abastecido de opções mais conscientes e que vem com a promessa de limpar tudo o que tem na sua casa. Mas é sempre importante lembrar que sustentabilidade é uma via de mão dupla, ou seja, nós precisamos usar os concentrados com responsabilidade. De toda forma, na busca permanente por alternativas e novos caminhos de consumo, as inovações são sempre bem-vindas.

Fontes: Vox | CleanLink | Logic Clean | Riccel