Produto para remover agrotóxicos, aplicativo que ajuda mulheres em casos de assédio e campanha de limpeza de praias são algumas das iniciativas.

Alunos de escolas públicas de São Paulo estão encontrando soluções que favorecem o meio ambiente e colaboram para a proteção de mulheres em casos de assédio e violência.

Um dos projetos é o da recém-formada em Gestão de Negócios e Inovação da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec) Sebrae, Taynara Alves. A jovem desenvolveu uma solução líquida para lavar vegetais e frutas, que remove os agrotóxico dos alimentos.

De acordo com Taynara, o diferencial do produto, conhecido como Puro e Bom, é que ele permite uma limpeza profunda, capaz de remover até 85% dos metais pesados e substâncias químicas de agrotóxicos, que podem ser prejudiciais à saúde.

O produto venceu o concurso da aceleradora Start Ambev, do qual participaram 2.400 mil inscritos. Taynara ficou entre os 15 candidatos selecionados, recebeu um aporte de R$ 50 mil para investir no projeto e ganhou uma mentoria da aceleradora.

Para a recém-formada, a jornada de pesquisa é contínua porque a cada novo agrotóxico lançado no mercado, o produto Puro e Bom passa por uma nova revisão técnica para continuar sendo eficaz na remoção de substâncias químicas. A solução começou a ser vendida para pequenas e microempresas do segmento de alimentação saudável, como fabricantes de papinhas, refeições fitness, hortifrútis e alguns restaurantes, em embalagens de um litro que custam R$ 60.

Proteção às mulheres

O segundo projeto foi realizado por quatro estudantes e uma professora da Escola Técnica Estadual (Etec) de Hortolândia. Amanda Carrara, Beatriz de Oliveira, Érika Rodrigues e Mariana Lima participaram da décima edição do Mozilla Festival, em Londres, onde apresentaram um aplicativo desenvolvido para ajudar mulheres em casos de assédio e violência: o Girl Power-GP.

alunas etec hortolandia/Divulgação CPS

O aplicativo possui um mapa com pontos de riscos, um espaço para mulheres que sofreram violência ou assédio trocarem mensagens e um dispositivo que alerta uma central sobre um possível ataque. A ideia da ferramenta surgiu após uma pesquisa de campo realizada na própria Etec. Das 190 jovens ouvidas com idade entre 15 e 18 anos, 98% responderam que sentiam medo de andar sozinhas pelas ruas e mais de 50% relataram já terem sofrido algum tipo de assédio.

Em agosto, as alunas conquistaram o primeiro lugar em um concurso no Expo Ensino, considerado um dos maiores eventos de educação do País, com o Girl Power-GP. Com a premiação, veio o credenciamento para o evento na Europa. As jovens foram orientadas pela professora Priscila Batista Martins.

Campanha mares Limpos

A terceira iniciativa vem da escola Municipal de Ensino Fundamental Deborah Silva Camargo, de Cananéia, no litoral paulista. A escola venceu o Desafio Volta às Aulas, promovido pela Campanha Mares Limpos, realizada no primeiro semestre de 2019.

Ao todo, 25 escolas brasileiras participaram da mobilização para reduzir o uso de plástico descartáveis nas instituições de ensino e no dia a Dia das Crianças.

O projeto foi desenvolvido por alunos do 5º ano e envolveu toda a comunidade, incluindo familiares e o governo municipal, além de outras escolas e iniciativas, como o Instituto de Pesquisa de Cananeia (IPEC) e o projeto Somos Todos Viajantes, parceiro da campanha Mares Limpos.

A professora coordenadora do projeto, Maria Fernanda Carvalho explica que a ideia era a de quantificar o descarte de itens plásticos pelas famílias dos alunos e no entorno da escola. Isso provocou uma mobilização e foi então que surgiu a ideia de promover a campanha de limpeza da praia.

O projeto promoveu pesquisas extraclasse, criou um local de coleta de resíduos plásticos para serem encaminhados às cooperativas de reciclagem e organizou um mutirão de limpeza de praia. Os estudantes se reuniram com o prefeito da cidade e com representantes das secretarias de Compras e Licitações e de Educação para debater a redução da poluição gerada nas escolas do município.