Será que passar o dia maratonando em frente a TV é tão de boa para o planeta quanto é para nós?

É o máximo poder assistir diretamente do seu sofá o episódio final da última temporada daquela série que você esperou por meses. Mas não é bem o que você assiste que garante o seu entretenimento e, sim, uma complexa tecnologia em constante evolução – tipo os data centers onde os dados são armazenados, a infraestrutura que leva a internet para sua casa e a energia elétrica. Só que tudo isso combinado para garantir a magia do seu streaming personalizado tem um custo para o meio ambiente.

Pesquisadores da Universidade de Bristol passaram uma década desenvolvendo uma ferramenta para calcular a pegada de carbono do streaming e outros usos diários da Internet e concluíram que ela é de aproximadamente 55g CO2e (gramas de dióxido de carbono equivalentes) a cada hora assistida. Isso é quase o mesmo que fazer quatro sacos de pipoca no micro-ondas ou ferver três chaleiras elétricas e é bem menos que dirigir um veículo a gás 400 metros.

Isso porque os provedores de data center, internet e serviços públicos vêm utilizando cada vez mais energia limpa em suas prestações de serviço, com equipamentos mais eficientes e eletricidade renovável. No entanto, o impacto pode não necessariamente ser reduzido porque a população está consumindo esse tipo de conteúdo em níveis exponenciais e escala global.

Além disso, nós, que amamos zapear um cardápio em busca de um filminho ou uma série para chamar de preferida, também influenciamos essa conta. Assistir qualquer coisa em uma TV grande em vez de um laptop ou smartphone requer mais energia. Isso porque esses equipamentos foram projetados para funcionar com bateria por um longo período de tempo e quanto menor o dispositivo, menor a energia necessária para acioná-lo. Ou seja, se você quiser ter a sensação do cinema dentro de casa, saiba que está deixando essa conta mais cara para o planeta.

Eles se comprometeram

Gigantes de streaming e líderes de tecnologia fizeram promessas de se tornarem neutros em carbono. A Netflix prometeu atingir zero emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2022; a Microsoft se compromete a ser completamente neutra em carbono até 2030 e a Amazon estabeleceu uma meta para 2040.

E nós podemos pegar uma carona nesse compromisso…

Uma vez que a maior parte do impacto do streaming está relacionado ao uso de energia verde e dispositivos de usuários finais, nós podemos ajudar bastante. Mudar para energia renovável em casa é um ótimo começo, e assistir em dispositivos menores, estendendo a vida útil deles também é uma boa ideia.

Ok, você, isoladamente, não muda nada. Mas cada um de nós compõe os 167 milhões de usuários dessas plataformas no mundo e, nessa soma, aí sim, a gente muda tudo.

Fontes: Carbon Brief | Wired | Olhar Digital | Exame