De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o Brasil já fez o suficiente na preservação da Amazônia para garantir esse apoio financeiro.

O Brasil solicitou US $ 1 bilhão em apoio financeiro das nações ocidentais para reduzir o impacto ambiental causado pelo desmatamento na Amazônia.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o dinheiro será usado para reduzir o desmatamento na Floresta Amazônica em 40% nos próximos 12 meses. Ele disse ao Financial Times: “Já temos muitos resultados que poderiam justificar o recebimento de algo, senão tudo, mas algo adiantado”.

Dos US $ 1 bilhão, um terço pagaria por atividades de comando e controle, como a aplicação de leis ambientais e a repressão à extração ilegal de madeira e mineração. O restante seria dedicado ao desenvolvimento econômico e à geração de empregos na Amazônia.

Diplomatas estrangeiros afirmam que o Brasil deve mostrar resultados na redução dos níveis crescentes de desmatamento na Amazônia antes de receber qualquer apoio financeiro.

Números crescentes

Desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o poder em 2019, o desmatamento na Amazônia atingiu seu nível mais alto em mais de 10 anos. No ano passado, mais de 11 mil quilômetros quadrados de floresta tropical foram destruídos, uma área correspondente a sete vezes o tamanho da cidade de Londres.

No entanto, Salles afirma que o Brasil precisa de fundos monetários agora para iniciar um “ciclo positivo”. Ele diz: “Se você não tem [recursos] para iniciar as operações, então as operações não podem começar. Você precisa ter pelo menos parte [dos] fundos necessários para iniciar um ciclo positivo de cuidar da região tanto [da fiscalização] quanto de uma perspectiva socioeconômica“.

Salles foi acusado de querer derrubar a floresta para dar lugar à atividade comercial, mas ele aponta para a preservação histórica da floresta no Brasil como motivo para receber o dinheiro agora, dizendo: “Há muitas coisas já feitas. Preservamos 84% ​​da floresta amazônica. Não vejo nenhum outro país relevante com a mesma taxa de preservação [de suas florestas]”. No auge da pandemia do coronavírus no Brasil no ano passado, surgiram comentários nos quais Salles disse que o governo deveria “aproveitar a distração do público pela pandemia de coronavírus” para forçar a aprovação de leis para desregulamentar o meio ambiente.

O Brasil já recebeu centenas de milhões de dólares no ano passado em apoio ambiental, inclusive por meio do Fundo Amazônia, uma iniciativa dos governos norueguês e alemão. No entanto, isso está congelado desde 2019 devido ao aumento das taxas de desmatamento no Brasil.

Além disso, enviados de outros países da região dizem que as agências ambientais brasileiras têm sido historicamente eficazes no combate ao desmatamento com orçamentos muito menores. No entanto, desde que o governo Bolsonaro chegou ao poder, os orçamentos dessas agências foram reduzidos em quase 30% a cada ano, dificultando o cumprimento de seu mandato.