Os cães e gatos têm um impacto tremendo no meio ambiente. Um estudo da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles) descobriu que eles são responsáveis ​​por 25 a 30% do impacto ambiental do consumo de carne só nos EUA.O equivalente a cerca de 64 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano – quase o mesmo impacto climático de um ano dirigindo 13,6 milhões de carros.

Esse número apenas explica o carbono emitido por animais que viram alimentos para pet (ou seja, nesta conta não estão incluídas a água usada para cultivar as plantações que alimentaram o pasto e nem a floresta desmatada para criar as pastagens). À medida que a população de animais de estimação cresce, essa pegada tende a aumentar.
Mas pets podem deixar de comer carne? Gatos são carnívoros obrigatórios e precisam de certas quantidades de aminoácidos. Eles não produzem algumas proteínas, como a taurina. Em vez disso, precisam absorvê-la dos alimentos, sendo a carne, o frango e o peixe fontes particularmente ricas. Gatos que não têm taurina suficiente podem desenvolver uma condição potencialmente fatal chamada cardiomiopatia dilatada (DCM).

Com cães é outra história. Na natureza, os lobos comem carne, mas também ingerem ovos, frutas silvestres e até grama se houver falta de vitaminas. Os cães podem ter se adaptado a uma dieta com menos carne e mais amido vegetal desde quando comiam restos deixados para eles em volta das fogueiras pré-históricas.

Isso significa que os cães estão em vantagem quando se trata de levá-los a uma dieta sem carne? A British Veterinary Association alerta que não é assim tão simples. A crítica às dietas à base de plantas é que elas são pobres em proteínas. Só que aqueles que hesitam em alimentar os animais com uma dieta totalmente baseada em vegetais, mas querem reduzir a pegada de carbono, têm outras opções. Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, Filadélfia, descobriram uma fonte de extraordinária composição nutricional: grilos.

De acordo com a Organização para Alimentação e Agricultura, esses insetos que alimentam milhões de pessoas, principalmente no leste da Ásia, são uma forma particularmente boa de proteína alternativa: eles apresentam 65% de proteína por peso e também são ricos em gordura insaturada, fibra alimentar, vitaminas e minerais.

Os grilos também trazem benefícios reais quando se trata de sustentabilidade. Além de requererem muito menos água e de não emitirem metano, foi calculado que o gado de corte precisa de 8g de ração para crescer 1g de proteína – enquanto os insetos precisam apenas de 2g para criar 1g de proteína.

Até agora, a maioria das pessoas demonstra aversão só de pensar em ingerir insetos, ainda que sejam destinados para os pets. No entanto, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), não será mais possível saciar a fome da humanidade no futuro se não forem consumidos insetos. Criação de insetos para ração animal é oportunidade no país. A Nutrinsecta foi uma das primeiras empresas do país a obter registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para o processamento de insetos direcionados à alimentação animal, em 2012. Ao que tudo indica, o que já faz parte da vida cotidiana em partes da Ásia e África também deve se tornar normal também por aqui – pelo menos para os nossos pets.