Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, mostra que as mudanças climáticas já atingem a economia de países, resultando no aumento da desigualdade.

A pesquisa aponta que entre 1961 e 2010, países pobres viram a riqueza média de seus habitantes cair até 36% por impacto das mudanças climáticas no meio ambiente O principal exemplo apresentado é o Sudão. O PIB (Produto Interno Bruto) per capita do país, em 2010, era 36% menor do que teria sido se não houvesse mudanças climáticas provocadas por ações humanas.

O Brasil, que a é nona maior economia do mundo, teria tido um crescimento 25% maior se não houvesse aquecimento global.

O top cinco de países mais prejudicados é composto por Sudão (-36%); Índia -31%; Nigéria (-29%); Indonésia (27%) e Brasil (-25%).

Na contramão, entre as nações que viram melhora nas suas economias graças a efeitos das mudanças climáticas estão, principalmente, países desenvolvidos. A Noruega, por exemplo, viu seu PIB per capta 34% maior do que teria sido sem o fenômeno. Segundo os pesquisadores, dados históricos mostram, com clareza, que as lavouras ficam mais produtivas e as pessoas mais saudáveis e eficientes no trabalho quando temperaturas estão amenas. Ou seja, um pouco mais de calor ajudaria países frios — o oposto, porém, acontece em países com clima quente.

Além da Noruega, apresentaram elevação no PIB o Canadá (+32%); a Suécia (+25%); Grã-Bretanha (+9,5%) e França (+4,8%).

Os pesquisadores avaliaram que houve um aumento considerável na desigualdade entre os países ricos e os em desenvolvimento. De acordo com os dados do estudo, a distância econômica entre desenvolvidos e subdesenvolvidos está 25% maior do que estaria em um mundo sem mudanças climáticas.

Qual ação tomar para mudar isso?

A principal medida a ser tomada para conter as mudanças climáticas é limitar o uso de combustíveis fósseis como petróleo, carvão e gás natural e substituí-los por fontes de energia renováveis e mais limpas, aumentando a eficiência energética.

Algumas ações individuais, executadas no seu dia-a-dia, podem colaborar para o combate das mudanças climáticas. Abdicar do carro é umas delas, já que os automóveis são mais poluentes em comparação com outros meios de locomoção, como o transporte público, bicicleta ou se locomover a pé.

Em países industrializados, deixar de usar o carro pode reduzir 2,5 toneladas de CO² —

cerca de um quarto das emissões anuais médias (9,2 toneladas) por cada pessoa em países desenvolvidos da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Viajar menos de avião e optar por um fornecedor de energia “verde”, mudando o que você come e compra também são alternativas.

É preciso ainda mudanças em escala maior, como reformular o sistema de subsídios para as indústrias de energia e alimentos, que continuam a depender de combustíveis fósseis, ou estabelecer novas regras e incentivos para setores como agricultura, desmatamento e gestão de resíduos.