Pesquisadores estão investigando se os microplásticos representam uma ameaça aos seres vivos

Os microplásticos podem ser encontrados em todos os lugares do planeta: nos oceanos, em alimentos, nos rios e até no intestino humano. A questão que intriga os pesquisadores é saber se esses resíduos podem prejudicar pessoas e outros seres vivos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou recentemente que os microplásticos na água potável não parecem representar um risco à saúde, se permanecerem nos níveis atuais. No entanto, a OMS alerta que ainda são necessárias mais pesquisas para avaliar os possíveis impactos na saúde humana. O que se sabe até o momento, é que os microplásticos podem atuar como lares para bactérias e vírus.

Os microplásticos mais comuns encontrados no ambiente são menores que 5 milímetros. Essas “microesferas” são geralmente associadas a cosméticos, mas também podem ser resultado da degradação de plásticos maiores. Há ainda as microfibras, que vêm da lavagem de tecidos sintéticos.

Pantanal

O Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta. Estende-se pela Bolívia, Paraguai e Brasil, inserido na parte central da bacia hidrográfica do Alto Paraguai.

Na rede desses rios e riachos – do Pantanal e do rio Cuiabá – foram encontrados microplásticos em uma concentração semelhante às encontradas em cidades chinesas, europeias e norte-americanas.

As microfibras representam mais de 80% de todos os microplásticos encontrados na região metropolitana de Cuiabá e foram associados à rede de esgoto local. É válido lembrar que cerca de 60% do esgoto é coletado e tratado na região metropolitana de Cuiabá.

Na área urbana, as concentrações de microplásticos são quatro vezes maiores que no Pantanal, onde variam de 20 a 70 partículas por metro cúbico. Microplásticos também foram encontrados em lagos adjacentes ao rio Paraguai e a cerca de 50 km do rio Corumbá, a cidade mais próxima.

A pesquisa sugere que os microplásticos chegam ao Pantanal através das áreas urbanas dos rios. Este retrato também revela que, mesmo em locais remotos, pouco visitados e inacessíveis no Pantanal, existem microplásticos em rios e lagos.

Mesmo com esses dados e evidências, ainda são necessários muitos estudos e pesquisas para resolver essa questão e, assim, poder desenvolver políticas significativas para a preservação deste bioma tão importante para o planeta, que é o Pantanal.