Fonte: Flickr / Otávio Nogueira Ao optar pela preservação, agricultores perceberam melhoras na produção e no rendimento.

Um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indicou que agricultores que preservam a floresta têm melhores resultados no rendimento e qualidade das lavouras. Ao todo foram seis anos de análises, em um trabalho que levou em conta não apenas informações científicas e teóricas, mas também o conhecimento e colaboração dos agricultores.

A pesquisadora da Embrapa, Mariella Uzêda, contou com o apoio de agricultores assentados em Cachoeiras de Macacu, no interior do Rio de Janeiro. Durante o período de estudo, eles se dispuseram a mudar o formato tradicional para incluir árvores nativas próximas às áreas de plantio, conciliando a produção de alimentos com a preservação da biodiversidade.

Segundo Uzêda, a agricultura tradicional acabou criando barreiras e por conta disso houve a redução de uma grande quantidade de espécies, entre elas, espécies necessárias para o bom desenvolvimento da lavoura, como as vespas, que ajudam a polinizar os vegetais e controlam insetos-pragas.

Para a realização do estudo, três pilares foram fundamentais: conhecimento da biodiversidade nativa, relacionando-a com o potencial econômico; estudo das técnicas já existentes para a inserção de árvores na paisagem, relacionando-as aos interesses dos agricultores; e adaptação das técnicas à realidade do agricultor, que não pode deixar de produzir e obter renda.

Ao final do estudo, os cerca de vinte agricultores participantes puderam identificar maior produtividade na lavoura, melhora nas condições das nascentes e, consequentemente, aumento na renda familiar.