A preocupação com uma alimentação saudável e sustentável tem levado cada vez mais pessoas a optarem por alimentos orgânicos. Esses alimentos são produzidos de maneira natural, sem o uso de agrotóxicos, adubos químicos e outras substâncias sintéticas, trazendo benefícios não apenas para a saúde, mas também para o meio ambiente e a economia dos pequenos produtores.

Para identificar um alimento orgânico, é importante estar atento a algumas características e certificações. O Guia Alimentar Para a População Brasileira, publicação do Ministério da Saúde, destaca que os alimentos orgânicos são provenientes de sistemas que promovem o uso sustentável dos recursos naturais, protegem a biodiversidade e contribuem para a desconcentração das terras produtivas, gerando emprego e renda para comunidades locais.

Esses alimentos podem ser encontrados em mercados, feiras livres, feiras de produtores e nos conhecidos “sacolões”. Outras opções incluem a participação em grupos de compras coletivas com vizinhos ou colegas de trabalho, além do comércio ambulante realizado por veículos que adquirem os produtos em centrais de abastecimento.

Uma forma confiável de verificar a autenticidade dos alimentos orgânicos é observar se a embalagem apresenta o selo Produto Orgânico Brasil. Esse selo é concedido pelo Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg) e garante que o alimento é natural e livre de alterações químicas. No caso de alimentos vendidos por agricultores familiares sem certificação, é possível solicitar o documento que comprove o cadastramento do produtor como orgânico.

No Brasil, o setor de agricultura orgânica conta com aproximadamente 68,7 mil estabelecimentos, de acordo com o último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) registra cerca de 19 mil produtores e unidades de produção.

“A certificação para colocar o selo de alimento orgânico é muito criteriosa. Hoje temos vários produtores locais que antes produziam de uma forma convencional e atualmente estão transitando para o orgânico”, explica Simone Rocha, nutricionista da Associação de Nutrição do Distrito Federal, em comunicado.

Além dos benefícios para a saúde, como o maior teor de nutrientes e sabor, os alimentos orgânicos favorecem o desenvolvimento das defesas naturais do corpo, segundo o Ministério da Saúde. A ausência de agrotóxicos sintéticos reduz a exposição a resíduos químicos, diminuindo os riscos de desenvolvimento de câncer e distúrbios hormonais.

É importante ressaltar que os alimentos orgânicos não se limitam a frutas e vegetais. Carnes e ovos também podem ser orgânicos, provenientes de rebanhos e granjas que adotam práticas diferentes da indústria convencional. Esses animais são criados sem o uso de antibióticos ou hormônios de crescimento artificiais, reduzindo o risco de desenvolvimento de resistência a antibióticos e minimizando os efeitos adversos dos hormônios no corpo humano.

Para aqueles que desejam ter uma experiência ainda mais próxima dos alimentos orgânicos, é possível cultivá-los em casa, seja em hortas no quintal, em vasos pendurados em muros ou sacadas. O Guia Alimentar do Ministério da Saúde oferece orientações específicas para a produção orgânica em diversos ambientes e sobre os tipos de alimentos que melhor se adaptam a cada situação e região. Além disso, a produção doméstica de alimentos orgânicos pode ser trocada entre vizinhos, ampliando o acesso a uma maior diversidade de alimentos.

Ao reconhecer e escolher alimentos orgânicos, os consumidores não apenas se beneficiam individualmente, mas também contribuem para um sistema alimentar mais sustentável, que valoriza a saúde, a preservação do meio ambiente e o fortalecimento das comunidades produtoras.

Com informações da CNN Brasil