Para fechar o assunto da minha primeira publicação no Pensamento Verde e como forma de exemplo prático sobre as mudanças climáticas e a segurança nacional de um país, trago a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a nova abordagem aos desafios provenientes do meio ambiente.

A OTAN é uma organização militar derivada de um tratado assinado entre países ocidentais capitalistas em 1949, dentro da conjuntura política da Guerra Fria. Atualmente, além de incorporar mais países, a OTAN redefiniu as mudanças de cenário para as novas formas de ameaça para a segurança dos países membros.

Tangue de guerra
Cemitério de tangues iraquianos no deserto perto de Jahra, Kwait. Foto: terravistadoceu

A concepção de meio ambiente adotada pela OTAN pode desencadear desastres, tensões regionais e a violência. Isso é possível a partir do momento que o desequilíbrio ambiental interfere nas relações sócio econômicas de um país e o leva a colapso. E por mais ambíguo que seja, em um colapso de conflito armado, a preocupação agora também é nos altos índices de contaminação e degradação ambiental referente aos materiais bélicos lançados na região afetada.

Com a preocupação dos impactos ambientais, a OTAN criou projetos em áreas como “infraestrutura” e questões decorrentes da gestão das propriedades de defesa, bem como o impacto de ameaças climáticas e biológicas sobre os soldados. Na prática, a ênfase tem sido em projetos e iniciativas que afetam as operações militares, como a racionalização do impacto ambiental de compostos militares para maximizar a economia de custos e vantagem tática, além de minimizar os impactos negativos sobre o meio ambiente.

mesmo parecendo contraditório a visão militar de sustentabilidade e dinâmica ambiental, acaba sendo de extrema importância e totalmente eficaz para o desenvolvimento tecnológico sustentável”

Um destes projetos, o Smart Energy Team (SENT), visa diminuir a dependência de combustíveis fósseis nas operações militares e bases. Outra vez, as preocupações não são apenas com as mudanças climáticas, mas também estratégicas. Como a própria OTAN define: custos de energia são drenos significativos nos orçamentos de defesa. Isso pode ter impacto sobre os recursos disponíveis para a OTAN em adquirir e manter as capacidades de defesa, bem como limitar a sua capacidade de empreender operações militares. Reduzir a “pegada de energia” (energy footprint) das operações é uma prioridade.

Para concluir, mesmo parecendo contraditório a visão militar de sustentabilidade e dinâmica ambiental, acaba sendo de extrema importância e totalmente eficaz para o desenvolvimento tecnológico sustentável . Uma vez que muitas das invenções que utilizamos hoje como, por exemplo, a internet, são frutos de equipamentos e tecnologias militares adaptadas para o nosso cotidiano. E você, o que acha sobre os impactos militares no meio ambiente?