Embrapa / Vanessa Lopes O plástico é atóxico e pode entrar em contato com alimentos.

Todo mundo sabe que as sacolas plásticas são grandes inimigas do meio ambiente, no entanto, não é fácil para muitas pessoas abrirem mão das embalagens em nosso dia a dia. A Embrapa acaba de desenvolver um produto amigo do meio ambiente, que é de fácil produção e que pode ser um substituto à altura das sacolas convencionais. O plástico biodegradável é melhor absorvido pela natureza e alivia o ambiente de um dos piores produtos para se decompor: as embalagens plásticas feitas de polietilenos (derivados do petróleo).

As partículas biodegradáveis são feitas à base de substâncias provenientes da agricultura e da agroindústria e são 100% naturais. A técnica elaborada no Laboratório de Nanotecnologia da Embrapa Instrumentação (SP) foi batizada de casting contínuo e é resultado de 20 anos de estudos com polímeros naturais. Para fazer o plástico são utilizadas proteínas como o colágeno, polissacarídeos como a quitosana ou amidos como os presentes em mandiocas, derivados de celulose etc.

Essas substâncias entram em formulações aquosas e são transformadas em películas finas de alta transparência. Elas são feitas em apenas 10 minutos com a nova técnica, que não necessita de materiais tóxicos para compor o resultado final. Além de “amigos” do meio ambiente, esses plásticos são também mais seguros para embalar alimentos, já que reduzem a zero o risco de contaminação por elementos tóxicos.

Embrapa / Vanessa Lopes Seu processo de fabricação demora minutos, enquanto que películas biodegradáveis convencionais levam, pelo menos, 24 horas para serem produzidas.

Por ser tão rápido de ser produzido, o plástico biodegradável pode ter uma boa inserção no mercado e ser produzido e vendido a preços menos elevados. Como ele também se degrada rapidamente durante a compostagem, não precisa ser separado dos outros rejeitos orgânicos. No momento, a técnica ainda passa por mais pesquisas e não tem previsão de ser lançada no mercado.

Os recursos da pesquisa são do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) por meio da rede SisNANO, sistema de laboratórios multiusuários que o Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA) passou a integrar em 2013. A pesquisa conta ainda com uma parceria entre a Embrapa e o Serviço de Pesquisa Agrícola dos Estados Unidos (ARS).