Marilene Lovato, presidente do Instituto Mais
Marilene Lovato, presidente do Instituto Mais.
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“No país ainda não identificamos médias excelentes de empresas que agregam métodos ligados ao conceito da sustentabilidade dentro do seu ambiente de trabalho. Em uma escala de 7 a 10, a maioria delas não passa dos 8,5. Essa é uma questão que precisa ser trabalhada continuamente”, disse Marilene Lovato, presidente do Instituto Mais, na abertura do último Encontro Técnico (FIBoPS Técnica) sobre sustentabilidade empresarial em São Paulo.

Realizado há mais de dez anos, o espaço promovido pelo Instituto tem o objetivo de levar conhecimento e compartilhar estratégias socioambientais aplicadas na construção de uma consciência mútua sobre esse conteúdo. Com a temática “Ações de Sustentabilidade, Ética e Responsabilidade Social, como aferir?”, a 5ª edição do evento contou com quatro palestrantes do setor de empreendedorismo sustentável, que exibiram várias formas de aplicar esses conceitos em diversos tipos de negócios.

A primeira palestrante, Francisca Moraes, presidente do Instituto de Sustentabilidade Social, trouxe uma reflexão sobre como a decisão de um empreendedor interfere no impacto ambiental e na qualidade da gestão do produto ou serviço. De acordo com Francisca, “essas questões tem que ser consideradas no momento em que a empresa busca alinhar seus conceitos e metas aos padrões sustentáveis no empreendimento. Tudo tem que ser elaborado antes para que a sociedade e a natureza não sofram depois”.

Segundo a especialista, para construir uma empresa nesses moldes, a mudança de comportamento dos colaboradores vem antes da busca pela melhor tecnologia para execução do trabalho.

Dr. Antônio Tavares, coordenador do Grupo de Ética e Responsabilidade Social do CRA-SP
Dr. Antônio Tavares, coordenador do Grupo de Ética e Responsabilidade Social do CRA-SP.
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Atrelado ao princípio da responsabilidade socioambiental, Dr. Antônio Tavares, palestrante e coordenador do Grupo de Ética e Responsabilidade Social do CRA-SP (Conselho Regional de Administração), alertou que “primeiro é preciso estabelecer metas como cidadão, para depois promover sustentabilidade. É necessário que as ações do ser humano estejam de acordo com princípios de preservação ambiental e qualidade de vida”.

Para que isso seja possível, Tavares sugere que os filhos dos funcionários tenham aulas de educação ambiental no ambiente de trabalho a fim de que haja uma extensão do exemplo das práticas dos funcionários também entre eles.

Para uma empresa ser sustentável, não basta apenas apoiar causas ambientalistas. É preciso inserir práticas de responsabilidade socioambiental no ambiente de trabalho ou fazer com que a sua empresa beneficie uma parte da sociedade. Com o objetivo de expor diretrizes às instituições preocupadas em contribuir com o meio ambiente, o Instituto Mais realiza, desde 2008, pesquisas e aferições nessas corporações. Até o momento, o Instituto certificou 279 empresas nacionais em vários setores, dentre eles energia, mineração, cosméticos, ensino, química, saúde e transporte.