A ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou no início de abril uma resolução inédita que institui o bem-estar animal como preocupação política essencial no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), reconhecendo sua ligação intrínseca com as crises ambientais.

A decisão foi tomada em consenso entre os 193 países-membros durante a 5ª Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente em Nairóbi, no Quênia, que assumiram o compromisso em proteger os animais e seus habitats naturais.

Outro próximo passo ficará a cargo do PNUMA, que deverá realizar um estudo sobre a conexão entre bem-estar animal, meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

Alguns desafios a serem superados que contribuíram com o avanço da resolução são: deter a perda da biodiversidade, diminuir a poluição, combater as mudanças climáticas e reduzir o risco de novas doenças infecciosas zoonóticas, ou seja, que podem ser passadas de animais para humanos.

“A aprovação é uma ótima notícia, pois, pela primeira vez na história, o bem-estar animal vai ser tratado de forma oficial e muito mais séria pela ONU, incluindo a relação sobre a forma como os animais são tratados e as principais crises ambientais que o planeta enfrenta. É um marco histórico para os animais e para o movimento de proteção animal”, comemorou Lucas Alvarenga, vice-presidente de Desenvolvimento Internacional da Mercy For Animals (MFA).

Vale destacar que alguns dos países mais vulneráveis aos efeitos da crise climática desempenharam um importante papel no processo de aprovação da medida. A resolução foi iniciada pelo governo de Gana e copatrocinada por outros seis Estados Membros: Senegal, Burkina Faso, Etiópia, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Paquistão.

Pressão Popular

A pressão popular teve um papel fundamental no Brasil. Em janeiro, uma coalizão formada por 27 organizações civis, enviou uma carta ao Ministério do Meio Ambiente pedindo que o governo apoiasse a resolução, o que aconteceu.

Dentre as entidades envolvidas estão a Mercy For Animals (MFA), o Greenpeace Brasil, Instituto Luisa Mell de Assistência aos Animais e Meio Ambiente, entre outras. Juntas elas representam mais de 1 milhão de membros e apoiadores por todo o Brasil.

“A decisão da ONU é um passo importante para termos um planeta mais sustentável e que respeite todos os seres. Também oferece à comunidade global uma oportunidade de avanços significativos para o bem-estar animal, com impacto direto em impulsionar um novo paradigma na construção de sistemas alimentares sustentáveis e justos”, comentou Cristina Mendonça, diretora executiva da MFA no Brasil.

Por fim, é esperado que a resolução dê início a um novo momento em que todos os países garantam seu desenvolvimento sustentável, contribuindo com a preservação do meio ambiente, garantindo o bem-estar dos animais e a manutenção de seus habitats naturais.

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Fontes: FGV | Ecoa Uol | Um Só Planeta