Presente no chocolate, o óleo é sinônimo de desmatamento e conflitos.

Utilizado na em alimentos processados e em produtos cosméticos, o óleo de palma, conhecido no brasil como óleo de dendê, é vendido como sustentável e ecologicamente correto, mas será que isso é realmente verdade?

O que é?

O óleo de palma é um óleo de origem vegetal, extraído do fruto de uma palmeira chamada Elaeis guineensis. É um dos principais óleos vegetais produzidos e comercializados em todo o mundo – é consumido pelos seres humanos há pelo menos 5 mil anos. Isso se deve em parte à sua imensa versatilidade: 80% de sua produção é canalizada para a indústria de alimentos, na qual é um ingrediente-chave para gigantes empresas do setor.

Embora a maioria da população nunca tenha visto o óleo em estado bruto, vamos consumi-lo em algum momento da vida. Vários derivados do óleo de palma são encontrados em chocolates, sorvetes, biscoitos, margarinas e inúmeros outros produtos. É encontrado também em itens de higiene, beleza e limpeza e até mesmo na bomba de gasolina, na forma de biodiesel.

Hoje os maiores produtores do óleo de palma no mundo são a Indonésia e a Malásia. Estas duas nações, sozinhas, são responsáveis pela produção de 85% de todo o volume de óleo de palma do mundo. O Brasil corresponde a 1% da produção mundial.

Como impacta o meio ambiente?

Por ser tão popular, as palmeiras que nascem de maneira natural na natureza passaram a não ser mais suficientes, o que levou os produtores a precisarem de mais terreno. Ou seja, eles queimam as florestas tropicais para plantar mais palmeiras – o que ocasiona em milhões de hectares com o mesmo tipo de plantação. Quando há substituição das florestas nativas por uma monocultura de exploração, os animais e plantas que ali viviam ficam sem alternativas e alimentos para sobreviver.

A contaminação do solo e dos corpos hídricos pelo uso de agrotóxicos é constantemente denunciada por comunidades que vivem cercadas por plantações de dendê, como a Terra Indígena Turé-Mariquita (PA). “Isso prejudica a subsistência das comunidades” diz Susane Cristini Gomes Ferreira, doutora em Ciências do Desenvolvimento Socioambiental pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Para ela, os impactos na Amazônia são sempre complexos e devem ser analisados continuamente: “É fundamental acompanhar como as plantações de palma se inserem nesse território”.

Comunidades tradicionais e povos indígenas que vivem na Amazônia, afirmam que as plantações de óleo de palma próximas a seus territórios estão poluindo a água, contaminando o solo e provocando a escassez de peixes e animais de caça.

O Ministério Público Federal (MPF) trava uma batalha judicial contra os principais exportadores de óleo de palma do país há mais de sete anos, acusando-as de contaminar os rios, envenenar o solo e prejudicar a subsistência e a saúde de povos indígenas e comunidades tradicionais, acusações que as empresas negam.

Por ser um produto barato, as empresas usam o óleo de palma como ingredientes dos seus produtos. Por isso, removê-lo da sua vida não é tão fácil assim! Devemos nos atentar aos rótulos dos produtos e buscar pelo selo RSPO, indicando que o óleo de palma utilizado tem “origem sustentável”. O selo foi criado pelo grupo Roundtable on Sustainable Palm Oil (RSPO), uma iniciativa da WWF junto com os demais interessados na produção do óleo, como as indústrias, a população local, ambientalistas e governos.

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Fontes: Mongabay | Instituto Claro | Korui