Arara
Foto por: Diego Dalmaso

Apesar de a Amazônia não ser, de fato, o pulmão do mundo, como alguns costumavam dizer, ainda é um dos berçários mais ricos e diversos. Seu bioma apresenta cerca de 30% de todas as floretas tropicais remanescentes em todo o globo, com 53 ecossistemas e mais de 600 tipos diferentes de habitat terrestre e de água doce, servindo de lar para 45 mil espécies de plantas e vertebrados em uma extensão de 4,2 milhões de Km².

Em toda a sua extensão, a região possui a maior bacia hidrográfica do mundo, com 25 mil quilômetros de águas navegáveis, habitat de cerca de 3 mil espécies de peixes, dentre as quais o Acará Bandeira é nativo. Das 427 espécies de mamíferos, pelo menos 173 são endêmicos, como é o exemplo da Jaguatirica, do Muriqui, da Arara, ameaçada de extinção, e do Papagaio-verdadeiro, vítima constante de contrabando.

Urucum
Urucum
Foto por: World Bank Photo Collection

A vegetação da floresta amazônica é caracterizada pela floresta ombrófila densa e ombrófila aberta, o que significa um panorama sempre verde, tanto no chão quanto no alto, devido às samambaias, espécies rasteiras, e às largas copas das árvores anciãs, assim como um ar bastante úmido. Além das formações pioneiras, também há a presença de vegetação típica da savana e campinaranas.

Acima de tudo a Amazônia possui uma grande variedade de produtos florestais que ajuda a sustentar diversas comunidades locais e, o mais importante, abriga vastos estoques de madeira comercial e de carbono, tornando-se alvo do interesse econômico de muitos outros países.

Biopirataria

Sobre isso, vale pensar que apesar de toda essa importância internacional atrair investidores e ambientalistas, nem sempre é um ponto positivo para a gigante brasileira, por acabar induzindo a chamada “biopirataria”. Ao contrário do que muitos pensam, esse termo não remete apenas ao contrabando da fauna e da flora amazônica, mas também se refere ao uso e ao domínio ilegal dos conhecimentos oferecidos pelas populações existentes na floresta, como a dos indígenas. Muitas empresas estrangeiras mandam biólogos e pesquisadores para a Amazônia sob o pretexto de conhecer e estudar o bioma, entretanto, seu principal objetivo é se apropriar de conhecimentos e recursos encontrados e usá-los a favor dos seus interesses comerciais.

Dentre as espécies de plantas brasileiras que já foram patenteadas por multinacionais estão a andiroba, por empresas japonesa, francesa e européia, o cupuaçu registrado no Japão e na Inglaterra, e o açaí, que foi incorporado pelo Japão em 2003, porém, cancelado devido à pressão de ONGs. E é quando se fala nas instituições e fundações interessadas em defender a biodiversidade das florestas brasileiras que a Amazônia pode respirar aliviada.

Proteção Ambiental – Órgãos e Instituições

Gafanhoto
Foto por: Breno Peck

Se por um lado há aqueles que estão interessados em extrair todos os recursos possíveis da floresta, de outro há quem esteja decidido a defendê-los e a lutar por eles. As associações mais conhecidas atualmente são a SOS Amazônia, criada em 1980, no Acre, com o intuito de defendê-la e incentivar as populações locais a cuidarem de seu ambiente para obterem melhor qualidade de vida, e a WWF Brasil, uma organização nacional, não-governamental, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável. Há também a Fundação Vitória Amazônia, uma entidade socioambiental que trabalha para a conservação da biodiversidade através de projetos, estudos e práticas sustentáveis que auxiliam no desenvolvimento humano na bacia do Rio Negro, bem como o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).

Além delas, há a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), um órgão do Governo Federal Brasileiro que trabalha com políticas que asseguram a educação, as terras e os interesses dos indígenas, a fim de denunciar e fiscalizar aqueles que colocam em risco a vida e os costumes desses povos. Tudo isso sem contar os órgãos internacionais que se comprometem a proteger a fauna e a flora brasileira, como a Greenpeace, organização não-governamental que atua em todo o mundo, defendendo os interesses ambientais. Sobre a Amazônia, ela promove diversos relatórios que denunciam o abuso de empresas com relação aos recursos da floresta.