Tartaruga Gigante
Foto: Galapagos.org

A espécie de tartaruga gigante endêmica da Ilha de Pinta, no arquipélago de Galápagos, que pode chegar a 1,80 cm de comprimento e pesar até 400 kg, sempre foi considerada a maior raridade do mundo animal.

Infelizmente o último sobrevivente da espécie Chelonoidis abingdonii, denominado “Jorge, o Solitário”, faleceu em junho do ano passado entrando para a lista de animais extintos.

Porém, pesquisadores do Parque Nacional de Galápagos e da Universidade de Yale descobriram que 17 tartarugas gigantes, que vivem na Ilha Isabela, possuem genes descendentes de Jorge, sendo possível recuperar a espécie.

Como ocorreu a extinção da espécie?

Tartaruga gigante
Foto: Dkeats

As tartarugas de Galápagos são herbívoras e podem chegar a 160 anos de vida. Elas foram vítimas da caça predatória durante o início do século XIX, quando pescadores Baleeiros se alimentavam da espécie de tartaruga.

O arquipélago, composto por 13 ilhas, foi descoberto no século XVI, neste período haviam cerca de 250 mil tartarugas da espécie Chelonoidis abingdonii na Ilha de Pinta.

Além da caça predatória, fatores como a destruição do habitat natural pelo homem e seus predadores naturais também contribuíram para a extinção da espécie.

Jorge Solitário, uma tartaruga macho, morreu de causas naturais, após inúmeras tentativas de cruzamento com espécies de tartarugas com características genéticas semelhantes.

A morte dele representava o fim da luta pela sobrevivência da espécie, mas, estudos confirmaram a existência de outras espécies de tartarugas que carregam o material genético das tartarugas gigantes e a descoberta desses animais trouxe novas expectativas.

A esperança de reviver a espécie

Os estudos realizados no Parque Nacional de Galápagos mostraram a existência desses descendentes das tartarugas gigantes, que embora não sejam como a espécie original já extinta, trouxeram aos cientistas a esperança de conseguirem reverter o quadro de extinção e reviver a espécie gigante das tartarugas de Galápagos.

Tartaruga Gigante
Foto: Asharee

Ao que parece, os mesmos marinheiros que dizimaram a espécie de tartaruga gigante da Ilha de Pinta, foram responsáveis pelo transporte da espécie até a Ilha de Isabela, que propiciou o cruzamento com outras tartarugas e deram origem aos 17 descendentes mistos.

As tartarugas híbridas foram descobertas no vulcão Wolf, na ilha Isabela. Segundo o diretor do Parque Nacional de Galápagos, Edwin Naula, para que seja possível gerar uma tartaruga autêntica da espécie extinta seria preciso o cruzamento de duas ou três gerações, o processo de resgate da espécie levaria entre 100 a 150 anos.

Apesar da questão temporal, os cientistas estão otimistas diante deste novo cenário. A análise para descobrir as espécies híbridas foi iniciada em 2008, mais de 1.600 animais foram analisados e tiveram seu material genético comparado em um banco de dados.

Das 17 tartarugas encontradas, nove são fêmeas, três machos e cinco jovens. A descoberta desses animais híbridos marca o primeiro passo da recuperação da espécie, os cientistas pretendem reverter o processo de extinção através de um programa de criação e reprodução em cativeiro.

Iguana
Foto: Galapagos.org

Nas Ilhas de Galápagos existem ainda outros animais com risco de extinção, a iguana-marinha da espécie Amblyrhynchus cristatus venustissimus está na lista de animais em extinção elaborada pelo IUNC – União Internacional para a Conservação da Natureza. O único lagarto marinho do mundo sofre com as mudanças climáticas provocadas pelo El Ninõ.

No Brasil as principais causas que levam ao desaparecimento de espécies animais são: o desmatamento, as queimadas e o tráfego de animais silvestres.