Fonte: Depositphotos A obsolescência programada tem impactos no meio ambiente, seja no volume de materiais descartados ou de matéria-prima utilizada.

O ano é 2014, o século é o XXI: já está na hora de a indústria mundial começar a rever algumas de suas diretrizes. Uma delas, e talvez a que mais vai contra toda a corrente mundial no sentido da sustentabilidade, é o conceito da obsolescência programada. Mas o que é a obsolescência programada? A ideia dos fabricantes é aumentar a velocidade do envelhecimento de seus produtos para estimular o consumismo e, com isso, suas vendas.

Durante o uso diário o desgaste dos produtos que utilizamos é natural e depois de um tempo eles normalmente tendem a ficar obsoletos. Porém, você já se perguntou o porquê de isto estar acontecendo com tanta frequência ultimamente? Essa situação é parte da estratégia dos fabricantes desenvolvida após a grande crise de 1929 e o boom do consumo em massa na década de 50.

Fonte: Depositphotos A ideia dos fabricantes é aumentar a velocidade do envelhecimento de seus produtos para estimular o consumismo.

Até a década de 20, os produtos fabricados eram feitos para durarem para uma vida, porém, a situação mudou principalmente na indústria de eletrodomésticos. Uma das principais justificativas para o lançamento de novos modelos de celulares, por exemplo, é o avanço da tecnologia, mas será que ela avança tão rapidamente? Para ilustrar a situação vamos falar sobre o Ipad, tablet desenvolvido pela Apple: o Ipad 4 foi lançado apenas sete meses depois de seu antecessor. Será que houve tanto avanço em tão pouco tempo?

Atualmente, existem duas formas de obsolescência programada utilizadas pelos fabricantes. A primeira é a obsolescência percebida que é quando o consumidor é levado a considerar o produto que tem em casa velho por conta do lançamento de novas versões lançadas constantemente.

Outro tipo atual de obsolescência, a funcional, ocorre quando o produto tem sua vida útil abreviada de propósito. Como aconteceu na década de 1920, quando fabricantes de lâmpadas da Europa e dos EUA decidiram, em comum acordo, diminuir a durabilidade de seus produtos de 2,5 mil horas de uso para apenas mil.

O maior problema de todo este processo acaba sendo o grande impacto ambiental gerado. A troca regular de produtos aumenta a produção de lixo, o que prejudica o meio ambiente. Mas se formos levar em conta que o setor da indústria que mais se vale da estratégia de obsolescência programada é o de eletrodomésticos, a situação piora, uma vez que lixo eletrônico contém metais pesados que podem contaminar a natureza. Além disso, o estímulo à produção acarreta um maior gasto energético e maior utilização de matérias-primas.