Usina de Energia
Foto: gara

A destinação inadequada do lixo é ainda hoje um dos principais problemas ambientais no Brasil. De acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) divulgado neste mês, em 2012 foram enviados para destinos inadequados 24 milhões de toneladas de lixo (37,5%). Apesar do despejo em lixões a céu aberto ser apontado como grande problema, outras destinações deste montante, como a eliminação por incineração, geram discussões sobre seus potenciais riscos e verdadeiros efeitos no meio ambiente.

O esgotamento dos aterros sanitários nas cidades fez crescer a tendência à incineração como meio de eliminar resíduos sólidos. No entanto, a principal crítica que se faz ao processo é o fato de não eliminar realmente o lixo, apenas transformar toneladas dos mais variados materiais em gases com alto teor poluidor.

De acordo com estudos, as emissões tóxicas liberadas no processo de incineração são compostas por três tipos de poluentes que causam prejuízos ao meio ambiente e à saúde humana: os metais pesados, os produtos de combustão incompleta e substâncias químicas novas, como as dioxinas e os furanos, considerados os produtos químicos mais tóxicos existentes. A contaminação por estes poluentes pode ocorrer através dos gases liberados ou pelas cinzas que acabam sendo aterradas. Diversas pesquisas associam os impactos da incineração ao aumento das taxas de câncer, a doenças respiratórias e anomalias reprodutivas.

Apesar dos impactos negativos à natureza e à saúde, muitos defendem a incineração dos resíduos sólidos como importante processo de reaproveitamento energético. A exploração energética do lixo ocorre a partir da queima do gás metano, técnica que possui ainda como vantagem a transformação do metano – gás que agrava o efeito estufa – em dióxido de carbono.

No Brasil, o processo de incineração de resíduos é regulamentado pela resolução nº 316/2002 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que também determina os limites de emissão. Ainda assim, ONGs e grupos ecológicos buscam a interrupção da prática, promovendo a reciclagem e a reutilização como alternativas sustentáveis para destinação destes materiais.