flickr.com / Peter Dowley Por meio do rio Huangpu, em Xangai, há um fluxo contínuo de barcaças transportando carvão.

No fim de 2014, os níveis de poluição na China superaram em 20 vezes o limite considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O clima era tão devastador que as pessoas caminhavam pelas ruas com máscaras de proteção e mal conseguiam enxergar os prédios, ruas e praças – todos foram tomados pela espessa mistura de fumaça e poeira. O evento foi chamado de “arpocalipse”.

Estudos revelam que a poluição pode reduzir em até 5 anos a expectativa de vida de quem mora no país. Para reverter o quadro ou, ao menos, mitigar os problemas, o governo do país criou um projeto para reduzir o consumo de carvão e impulsionar a eficiência energética.

De acordo com o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação, serão mais de 80 milhões de toneladas cortadas até 2017 e mais de 160 milhões até 2020 por meio de medidas de eficiência.

O plano ambicioso tem uma explicação. A China é o maior consumidor de carvão do mundo, com mais de 3,7 bilhões de toneladas ao ano – a rocha é a principal fonte de energia do país.

© Depositphotos.com / cylonphoto Devido a grande poluição, muitos chineses saem nas ruas com máscaras.

Para atingir o objetivo, a China deve eliminar de uma vez as instalações ultrapassadas e atualizar tecnologias e processos, especialmente em setores que utilizam muito carvão na produção, a fim de garantir a adoção de energia limpa e a gás.

Adicionalmente, serão fechadas as termelétricas que utilizam a rocha em Pequim e criados projetos de plantio de árvores em uma área equivalente a 330 mil campos de futebol. O governo pretende, ainda, retirar 6 milhões de veículos considerados ineficientes das ruas.

As mudanças começarão por Pequim, Hebei e Tianjin, identificadas como as cidades-chave para a transformação e desaceleração de indústrias como aço, energia térmica e cimento.

Poluição gera protestos

Não é de hoje que a poluição na China chama a atenção. Especialistas na área de saúde estimam que, aproximadamente, 500 mil chineses morram a cada ano em consequência de doenças causadas ou agravadas pela poluição do ar. O problema tem levado a população às ruas e gerado inúmeras reclamações.