hand of customer choosing clothes in a clothing store

Atualmente, muitas peças de roupa são feitas de materiais compostos de plástico, como o náilon e o poliéster. O problema, é que isso gera poluentes invisíveis, que estão invadindo os mares do planeta.

Os microplásticos de tecidos (também conhecidos como microfibras) estão presentes em muitas peças de roupa. Se você prestar bem atenção nas etiquetas, encontrará palavras como “poliéster”, “náilon”, “poliamida”, “acrílico”. Estes são exemplos de materiais plásticos, comumente usados ​​na indústria da moda.

Quando esses tecidos são fabricados, lavados, gastos ou secos, eles liberam minúsculas fibras de plástico na água e no ar. Essas microfibras foram encontradas em quase tudo que comemos e bebemos: peixes, frutos do mar, frango, água da torneira, água engarrafada, sal, cerveja. Eles entram profundamente em nossa cadeia alimentar, da qual estamos no topo, então o risco para nós é ainda maior.

Nenhum local na Terra está protegido dessas fibras; como elas acabam no ar, cientistas comprovam que podem viajar quilômetros antes de se estabelecerem. Do topo do mundo ao ponto mais profundo do oceano, nem o Monte Everest nem a Fossa das Marianas estão livres de poluição microplástica. A pesquisa mostrou que grandes cidades como Londres, Paris e Dongguan, na China, também estão coletando microfibras de têxteis. Mesmo as áreas intocadas dos Pireneus ou dos parques nacionais dos Estados Unidos, estão isentos da chuva de microplásticos. Uma ameaça quase invisível que já faz parte da nossa vida.

Pesquisas indicam que as microfibras de plástico podem afetar nosso pulmão

Microfibras de plástico não são encontradas apenas ao ar livre; também estão presentes no interior de edifícios e, em particular, na poeira do chão. De toda a poeira flutuante em uma casa, 33% dela são microplásticos de tecidos. Isso é motivo de preocupação, visto que essas fibras podem estar se acomodando nos alimentos que comemos, criando uma nova fonte de ingestão de microplásticos. A pesquisa descobriu que a ingestão de fibras domésticas por pessoa por ano pode atingir entre 14.000 e 68.000 partículas.

Além disso, os microplásticos já eram encontrados no tecido pulmonar há 30 anos. Os trabalhadores têxteis que processam, entre outros, fibras de poliéster e náilon apresentaram tosse, falta de ar e capacidade pulmonar reduzida.

O que torna esta questão ainda mais preocupante e exige ação imediata por parte dos governos e da indústria têxtil são as pesquisas mais recentes feitas pela Universidade de Groningen, na Holanda, em fevereiro de 2021. Fibras de vestuário, como náilon e poliéster, têm o potencial de impedir a recuperação e o desenvolvimento de nossos pulmões. Pesquisas nos Estados Unidos também mostraram pela primeira vez que as menores partículas de plástico em ratas grávidas podem entrar nos corpos de sua prole (quase de maneira hereditária). Além de terem sido encontrados nos pulmões e no coração da mãe, também foram encontrados no fígado, pulmões, coração, rins e cérebro do feto.

De acordo com os pesquisadores, isso possivelmente também acontece com os seres humanos.

O que você pode fazer para diminuir sua exposição aos microplásticos?

Dentre as medidas que podem ser tomadas para diminuir a nossa exposição, estão: ventilar e aspirar muito bem a casa para coletar corretamente todos os microplásticos presentes no ambiente; escolher roupas e materiais de origem sustentável. Procure ficar longe do fast fashion, já que esse modelo só incentiva o consumo exagerado de roupas, principalmente as sintéticas, como o poliéster; também é importante cobrar as marcas que já são famosas por uma atitude mais conivente para com a sustentabilidade.