De acordo com a pesquisa, o leite materno de mães com malária assintomática contém antígenos capazes de proteger as crianças da doença

Um estudo realizado pela University of Western Australia (UWA) mostrou que a natureza é mesmo sábia. De acordo com os pesquisadores Valerie Verhasselt, da Escola de Ciências Moleculares da UWA, Dr. Thomas Egwang de Uganda e Dr. Lieke van den Elsen também da UWA, a amamentação pode ser a maneira mais eficiente para prevenir doenças e mortes relacionadas a doenças infecciosas respiratórias e gastrointestinais, na infância.

A pesquisa, publicada na JAMA Pediatrics, revela que 15% das amostras de leite materno de mães com malária assintomática, contêm antígenos da malária. Por isso, os cientistas propõem que essas mulheres possam vacinar os seus filhos  naturalmente contra a doença, pois o leite materno conterá proteínas da malária, juntamente com fatores adicionais especificamente adaptados ao sistema imunológico do bebê.

Segundo os pesquisadores, o próximo passo é realizar ensaios clínicos para avaliar os resultados imunológicos e o risco de malária em bebês expostos a um ou vários antígenos da malária através do leite materno. Neste caso, eles propõem a vacinação das lactantes, visando aumentar os níveis de antígenos da malária no leite materno. Eles acreditam que esta prática poderia proteger as crianças do risco de contaminação, a longo prazo.

O que é a malária e como se prevenir?

A malária é uma doença infecciosa, causada por protozoários transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles. Aqui no Brasil, a maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Os principais sintomas da doença são dores de cabeça e no corpo, calafrios, tremores intensos, febre alta, sudorese abundante, falta de apetite, náusea e vômitos. Ainda não existe uma vacina para combater a doença sendo a prevenção a única forma de se livrar, ou seja, utilizando repelentes, calças e camisas de mangas longas e mosquiteiros.

Caso apresente os sintomas da doença, a indicação do Ministério da Saúde é nunca se automedicar e sim procurar um posto de saúde mais próximo, para que seja feito o tratamento com os medicamentos adequados. A confirmação da presença do parasita no organismo é feita por meio de análise do sangue. O tratamento é feito com o uso de fármacos orais e deve ser iniciado o mais rápido possível, para evitar complicações como anemia, icterícia etc.

No ano passado a Organização Mundial da Saúde (OMS) implementou uma primeira vacinação contra a malária em alguns países da África, com proteção parcial contra a doença em crianças pequenas. Mas se os pesquisadores da UWA estiverem corretos, a amamentação pode ser uma grande aliada na prevenção da doença.