Facebook.com/ Ong Aquasis Ainda este ano mais 180 aves devem nascer.

O Brasil é o país com maior número de aves ameaçadas de extinção no mundo. Foram registradas no ano passado 165 espécies, o que representa 12% de todas as aves em risco no planeta. Porém, em 2016 ganhamos uma nova esperança com o retorno do periquito-cara-sujo à natureza.

Em 2003, depois de uma pesquisa, foram encontradas apenas 250 espécies na região da Serra de Baturité (CE), devido ao desmatamento e à caça ilegal. Esse número com certeza era bastante alarmante e desesperador, o que levou o periquito a ser listado como uma espécie com risco gravíssimo de extinção e um dos psitacídeos mais ameaçado das Américas.

Entretanto, graças ao trabalho árduo de pesquisadores e biólogos da ONG Aquasis, junto com a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, iniciado em 2006, cerca de 440 filhotes nasceram nos últimos sete anos. Este ano a expectativa é que mais de 180 pequenos periquitos-cara-suja se juntem ao grupo.

Fim da espécie poderia comprometer florestas

O resultado obtido é bastante significativo, afinal, atualmente são encontrados menos de mil indivíduos livres na natureza, número extremamente pequeno e assustador. Essa espécie tem grande importância na floresta e para os moradores da região, já que são responsáveis pelo espalhamento de sementes maiores. Se esta ave desaparecesse, árvores como o camunzé seriam seriamente prejudicadas, empobrecendo a floresta e, consequentemente, afetando o bem-estar das comunidades.

A espécie ainda não tem um Plano de Ação Nacional (PAN), mas espera-se que até 2020, de acordo com a Conservação da Diversidade Bióloga (CDB), o país coloque em prática planos de ação para todas as espécies oficialmente ameaçadas.

Os pesquisadores ainda destacam a importância da criação de unidades de conservação de proteção integral e a urgência da fiscalização ao redor da Área de Proteção Ambiental (APA) da região. Para eles a ameaça central, no caso do periquito-cara-suja, é a ausência de árvores de grande porte e o tráfico de animais silvestres. Para reverter o cenário deveriam ser adotadas duas ações emergenciais: uma de conscientização da população para a importância da espécie e outra de implantação de caixas-ninho.