Cango Caves, África do Sul.
Cango Caves, África do Sul.
Foto: © Depositphotos.com / michaeljung

O geoturismo vai além do lazer. Esta atividade pressupõe a apreciação e conservação da geografia do local visitado: cavernas, montanhas e solos passam a ser fonte de informação e conhecimento e não apenas uma parte da paisagem.

Este é o segmento mais recente entre todos os tipos de turismo de natureza, por isso, seu conceito ainda está em construção. A Associação Americana das Indústrias de Viagem define geoturismo como a atividade turística que privilegia as características geográficas de um local, partindo do meio natural, passando pela estética e patrimônio ambiental e cultural, e chegando ao bem estar de povos residentes nos locais visitados – um conceito muito parecido com o de ecoturismo.

Por este aspecto muitos autores consideraram o geoturismo um subsegmento do ecoturismo. Mas, apesar de as atividades terem finalidades parecidas – unir turismo e sustentabilidade –, enquanto o primeiro busca a valorização do conhecimento e do patrimônio natural abiótico, o segundo raramente está voltado para os aspectos geológicos ou geomorfológicos dos atrativos.

O turismo geográfico prevê a apreciação, interpretação de informações e, consequentemente, a conscientização sobre a importância dos elementos naturais e sua preservação. Painéis interativos são um dos recursos informativos mais utilizados: colocados nos locais de interesse, incorporam explicações sobre a história geológica e a evolução morfológica das formações contempladas.

O geoturismo, no Brasil, é pouco difundido, mas boa parte da atividade turística nacional ocorre em locais de formações geológicas especiais. Foz do Iguaçu, Pão de Açúcar, Chapada Diamantina, Fernando de Noronha são apenas alguns atrativos conhecidos por sua exorbitante e milenar natureza. A história dessas paisagens, suas especificidades geográficas e importância natural são aspectos que podem ser contemplados pelo turismo geográfico.

Segundo o Mestre em Análise Ambiental, Fernando César Manosso, toda paisagem deve ser valorizada, independente de possuir um valor estético. Frente a este modelo de turismo, ele explica, a necessidade de integração entre várias ciências: geologia, biologia, geografia, climatologia, e a geomorfologia trabalham em conjunto com as áreas de planejamento e gestão da atividade turística.

Chapada Diamantina, Brasil.
Chapada Diamantina, Brasil. Foto: © Depositphotos.com / vtupinam