O conceito ecomuseu surgiu na cidade de Dijon, na França, na década de 1970, em que membros da comunidade passaram a ter voz ativa na formulação, na execução e na manutenção de um determinado local.
Como já diz o prefixo da palavra, no qual “eco” significa ecologia, o ecomuseu deve unir o homem e a natureza, visando à troca de experiências entre os seres humanos e o meio ambiente que os cerca. Assim, a sustentabilidade e a cultura devem caminhar juntas.
Alguns especialistas no assunto divergem sobre quem teria criado a palavra ecomuseu. Para alguns foi Hugues de Varine e para outros teria sido Georges Henri Rivière. Entretanto, os dois franceses desempenharam papel fundamental para a disseminação do conceito após a II Guerra Mundial.
Para explicar melhor esse conceito, Varine propôs três vértices que diferem o museu tradicional do ecomuseu. Assim, o patrimônio deve ser mais forte do que a coleção exposta no museu convencional, a comunidade destaca-se em oposição ao foco que se dá ao visitante, e o território baseia-se na importância do meio ambiente em relação ao prédio institucional.
Segundo a ABREMC (Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários), o Brasil possui 15 ecomuseus espalhados por nove Estados. São eles: Ecomuseu da Ilha da Pólvora (RS); de Picada Café (RS); de Lagoa dos Patos, em Porto Alegre (RS); da Picada (RS); Dr. Agobar Fagundes, em Blumenau (SC); Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR); da Ilha Grande, em Angra dos Reis (RJ); de Santa Cruz (RJ); do Quarteirão Cultural do Matadouro (RJ); da Serra de Ouro Preto (MG); dos Caminhamentos do Sertão, em Brasília (DF); Maranguape (CE); do Sítio do Físico, em São Luís (MA); da Amazônia, em Belém (PA); e do Mangue, em Belém (PA).
O ecomuseu de Itaipu foi o primeiro a usar o conceito no Brasil em 1987. A preocupação ambiental e a missão de integrar a região e valorizar a memória da educação ambiental impulsionaram sua criação. Interativo, esse ecomuseu propicia aos visitantes a sensação de apreciar cenários que recriam como a região era antigamente, mostra como ocorreram as transformações nesse local e demonstra como está a questão da conservação da natureza em torno da usina atualmente.
Em resumo, o museu deixou de ser algo verticalizado e passou a dar importância à cultura popular ou cultura viva, a qual se denomina por um conjunto de experiências vividas por um grupo social.