Uma startup de São Carlos, a 23 quilômetros de São Paulo, vem desenvolvendo projetos que ajudam a sociedade a acabar com desperdício de recursos. Para isso, conta com o conhecimento de TI de seu criador, Ricardo Infante, de mais oito funcionários e das ideias de universitários.
Um dos projetos é o Cultive, destinado à agricultura familiar. É um sensor de umidade de solo, ligado a um dispositivo que abre e fecha a irrigação de uma horta. Tudo ainda está em fase de pesquisa. “Temos como missão ajudar o pequeno agricultor a produzir melhor seu próprio alimento, não em quantidade, mas em qualidade. Outro ponto é abrir oportunidade para que novos agricultores surjam, mais conectados, inovadores e cientes do que querem”, explica Infante.
Este é apenas o primeiro passo do Cultive. A Openship estuda a possibilidade de desenvolver um software que ajude o agricultor ir além e passar a planejar seu cultivo.
Outro projeto é o Astro Hub, uma solução para medir, controlar, atuar e gerir a eficiência energética de um escritório, casa ou comércio.É uma tomada inteligente, uma espécie de adaptador (benjamin) com capacidade de medir o consumo e ligar/desligar os equipamentos por meio de dispositivos conectados de qualquer lugar com acesso a internet.
O adaptador inteligente se comunica com um Hub, que é o cérebro da solução, e esse equipamento tem condição de conectar uma série de outros dispositivos que a empresa ainda pretende desenvolver.
Da cidade para o interior
O chefe de tecnologia Ricardo Infante trabalhava na Startup House, uma criadora de negócios em São Paulo, quando decidiu procurar um lugar mais calmo para abrir uma spin-off da empresa. Escolheu a cidade de São Carlos.
Levando outros dois profissionais da House, Ricardo montou um time de nove pessoas e abriu a Openship. Além da qualidade de vida, o chefe de tecnologia conta que queria se aproximar de jovens talentosos e idealistas de cidades universitárias como São Carlos, podendo, dessa forma, fazer cocriações e propor modelos que possam funcionar e resolver os problemas da sociedade de forma sustentável.
“Entendemos que no Brasil fazemos mal a ponte entre conhecimento acadêmico e mercado. Muitas grandes invenções e pesquisas são elaboradas nas faculdades, mas isso raramente chega ao grande público”, esclarece. “A universidade é um celeiro de boas ideias e talentos, mas são muito mal acessados.”
A partir da tecnologia, a Openship vem ajudar as pessoas a diminuírem o desperdício de recursos (naturais, financeiros, tempo, energia etc.). “Pessoas com informação se tornam melhores consumidores, mais preocupados com os impactos que causam”, acredita Ricardo.
Tecnologia e sustentabilidade
Ricardo acredita que o Brasil ainda tem muito o que explorar no que diz respeito à tecnologia. Por isso, essa pode ser uma ótima ferramenta para eliminar o desperdício, seja ele qual for. “Estamos cansados das velhas ideias, das falcatruas, do descaso. Queremos utilizar a tecnologia para empoderar as pessoas para construir uma realidade diferente para as futuras gerações.”
Apostando no segmento da Openship, Ricardo pensa em abrir um espaço em São Carlos para a co-criação de soluções. Para isso, quer oferecer espaço, equipamentos, treinamentos, oportunidades para todos que queiram contribuir de alguma forma para ajudar a sociedade.