No passado a capital paulista teve o prazer de usufruir do rio Tietê limpo, nessa época existia até peixes e era muito comum crianças e adultos passarem os dias quentes de verão nadando e brincando nas suas margens; remadores e nadadores de federações esportivas treinando, como a nadadora Maria Lenk, que fez história na nossa trajetória esportiva, e aprendeu a nadar no Tietê, tomando gosto pelo esporte.

Rio Tietê, São Paulo.
Foto: pilotin

Infelizmente ter um rio limpo é parte do passado, as gerações mais novas conhecem o rio Tietê da pior maneira: um esgoto a céu aberto que possui cerca de 1.100 km de extensão. A poluição do rio aumentou significativamente após a chegada de indústrias que despejavam lixo e poluentes; o aumento de moradias na capital (a maior parte do esgoto residencial da capital é despejada no rio); o crescimento desenfreado e o ritmo de obras e indústrias crescendo a cada dia. O rio que praticamente atravessa a capital paulista deixou de ser útil para o lazer e a qualidade de vida das pessoas que aproveitavam a vida com simplicidade foi deixada de lado.

A conscientização das autoridades sobre a demanda de vazão de esgoto e a qualidade do ambiente no rio gerou a falta de visão sobre o que poderia ser feito para melhorar ou salvar o Tietê, quando o dinheiro fala mais alto que a qualidade de vida fica muito difícil pensarmos no amanhã sem prejudicar o meio ambiente”

Sem se preocupar com os danos causados no meio ambiente, o nível de água poluída do rio só aumenta devido ao esgoto despejado todos os dias; quem não se lembra dos alagamentos monstruosos que a região da Marginal Tietê enfrenta nas épocas de chuva (a região do Ceasa ainda sofre com os alagamentos)?; o congestionamento bate recorde de lentidão; e o resultado disso tudo: ninguém possui qualidade de vida, quem mora nas regiões do rio sofre com o mau cheiro e a poluição (principalmente se for uma área de ocupação não legalizada).

A conscientização das autoridades sobre a demanda de vazão de esgoto e a qualidade do ambiente no rio gerou a falta de visão sobre o que poderia ser feito para melhorar ou salvar o Tietê, quando o dinheiro fala mais alto que a qualidade de vida fica muito difícil pensarmos no amanhã sem prejudicar o meio ambiente. O rio limpo que serviu para lazer de muitas pessoas, só poderá ser recordado positivamente nas histórias do passado e em fotografias.