O transporte está em testes na linha principal de Warwickshire.

O transporte público é responsável por cerca de um quarto das emissões de gases de efeito estufa no Reino Unido. Por isso, o governo assumiu o compromisso de reduzir suas emissões de carbono em pelo menos 80% até 2050. E uma das ações propostas para atingir este objetivo vem da Universidade de de Birmingham, que está desenvolvendo um trem movido a hidrogênio. A Alemanha foi pioneira neste tipo de transporte, quando lançou o Coradia iLint, o primeiro trem movido a hidrogênio do mundo.

O uso do hidrogênio é fundamental para ajudar a descarbonizar as ferrovias. Os trens movidos a hidrogênio não emitem gases prejudiciais ao meio ambiente, ao contrário disso, esse transporte usa hidrogênio e oxigênio para produzir eletricidade, água e calor.

O projeto da Universidade de Birmingham recebeu o apoio de de 750 mil libras do Departamento de Transporte do Reino Unido para dar andamento ao projeto – que vem sendo realizado em parceria com a empresa Porterbrook.

HydroFLEX

O trem usado nos testes chama-se HydroFLEX e foi equipado com células de combustível de hidrogênio, que são ativadas em rotas não eletrificadas. Para converter o veículo elétrico em hidrogênio, foram instalados tanques de hidrogênio e bateria, capazes de fornecer força de tração independente para operar com zero emissões de carbono. A estimativa é que esses trens comecem a receber passageiros em 2023.

O Departamento de Transporte encomendou um projeto – que será executado pelo grupo Mott MacDonald – para compreender a viabilidade do uso do hidrogênio nos transportes. Com previsão de publicação em janeiro, o projeto poderá abrir caminho para a adoção do hidrogênio como principal combustível para abastecer ônibus, veículos pesados, transporte ferroviário, marítimo e aéreo em todo o Reino Unido.

O objetivo é que a região se torne líder global em pesquisa para o uso de hidrogênio como combustível, bem como um centro de desenvolvimento para o transporte de hidrogênio em geral.

O hidrogênio como combustível

Os veículos movidos a células de hidrogênio podem ser reabastecidos tão rapidamente quanto aqueles que utilizam gasolina ou etanol. Além disso, o hidrogênio permite maior autonomia em viagens mais longas, quando comparado aos combustíveis tradicionais.

O problema é que os postos de abastecimento de hidrogênio ainda são muito caros. Estima-se que um posto possa custar cerca de US$ 2 milhões, por isso as empresas vêm relutando em construí-los. Mas, para que estes postos de abastecimento se tornem viáveis, será necessário que haja mais veículos movidos a hidrogênio circulando pelas ruas e estradas.