© Depositphotos.com / dimdimich A economia em arquitetura sustentável é percebida a longo prazo.

Otimizar recursos naturais para minimizar o impacto das construções sobre o meio ambiente e seus habitantes é um grande desafio para os arquitetos. Os edifícios são considerados um dos principais responsáveis pelos danos causados à natureza, já que se estima que consomem mais da metade de toda a energia usada nos países desenvolvidos e produzem grande quantidade de gases, que têm influenciado na mudança do clima em todo planeta. Apesar do crescimento de uma consciência ambiental, ainda há muito a fazer.

Neste cenário, se pensarmos no universo da arquitetura, devemos lembrar que os projetos não se enquadram apenas num contexto estético, mas que todo edifício faz parte de um habitat vivo. Se agregarmos o fator sustentabilidade, este comprometimento é ainda maior, com as formas de construir ou reformar, que causam o menor impacto ambiental e maiores ganhos sociais. Porém, precisam ser economicamente viáveis. E essa é uma questão que gera inúmeras discussões e dúvidas, em relação aos custos desse tipo de projeto.

De fato, o investimento é maior em uma obra considerada sustentável, estimado entre 1% e 7%, para adequar a construção às regras do LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), certificação internacional concedida pela USGBC (U. S. Green Building Council), por exemplo.

Mas se deve avaliar, em qualquer ramo de atividade, uma visão e análise não apenas em curto prazo, pois, apesar do maior investimento inicial, há uma expressiva economia na operação de um edifício comercial, se considerarmos o custo em um ciclo de vida de 50 anos, em média.

Em um empreendimento da área da saúde, por exemplo, os valores com projeto, construção e ocupação representam 15% do total e, com a operação 85% – que inclui a redução de gastos com água, aproveitamento racional da energia, a qualidade do ar interno, utilização de materiais renováveis e de origem natural etc. Sendo assim, a arquitetura sustentável significa economia e ganho financeiro, em longo prazo.

Isto implica em pesar cada detalhe da vida da edificação: desde a demolição de uma parede ao reaproveitamento inteligente da iluminação natural, preservação de áreas verdes, economia de energia e reciclagem.

Como arquiteto, é importante ressaltar que um bom projeto não pode ser dissociado do que está dentro das paredes. A Arquitetura permeia por todas as matérias, de Exatas a Humanas. É preciso conhecer o funcionamento dos equipamentos para atingirmos seu melhor cenário de eficiência, sem perder de vista que, tudo o que projetamos e construímos, é para atividade humana de viver. Os projetos devem atender à necessidade econômica dos clientes sim, mas também garantir a sustentabilidade do planeta.