Neste mês de dezembro está ocorrendo a Conferência de Paris sobre o clima, onde líderes mundiais discutem sobre metas e compromissos que assumirão para a diminuição da emissão de gases do efeito estufa. Na Conferência, a presidente Dilma Rousseff se comprometerá com a redução das emissões nacionais em 43% até 2030, com relação ao nível de 2005.
Embora esse compromisso represente um grande avanço, os dados concretos do país não estão compatíveis com as intenções. A emissão de gases de efeito estufa para obter energia aumentou 6% em 2014, segundo estudo do Observatório do Clima. Esse dado só foi compensado pelo fato de as emissões gerais terem tido uma pequena queda, apenas 0,9% em relação a 2013.
O país teve seu primeiro avanço em medidas como a redução do desmatamento na Amazônia em mais de 80% em uma década. Embora esses números sejam muito positivos, outras áreas como a queima de combustíveis fósseis em transporte e geração de energia em usinas termelétricas seguiram em alta.
Mesmo com a queda no desmatamento da Amazônia, o setor de mudança do uso da terra ainda é o que mais contribui para agravar o aquecimento global, com 31,2% dos gases estufa emitidos. O setor de energia vem logo em seguida, com 30,7%. A agropecuária faz sua parte nessa triste conta com 27% e ocupa o terceiro lugar em emissões.
Os números demonstram que, quando os avanços ocorrem em apenas uma área, chega um momento em que eles estabilizam e fica difícil seguir a escala de diminuição. Por isso, é preciso que investimentos sejam feitos em todas as áreas, passando do campo à cidade, por todos os causadores de poluição.