flickr.com / Shubert Ciencia A doença é uma ameaça muito específica à banana do subgrupo Cavendish.

Quem trabalha com agricultura sabe como é importante cuidar muito bem de cada detalhe para evitar que pragas destruam toda a plantação. Para tal, é preciso contar com profissionais experientes e que tenham conhecimento das principais técnicas para evitar que o trabalho de meses seja perdido em questão de dias. Além disso, quando falamos em pragas, também é importante tomar conhecimento sobre o que está acontecendo no exterior. Isso porque algumas delas, até então inéditas, surgem e rapidamente se espalham pelo mundo.

É o caso do fungo Fusarium oxysporum f.sp. cubense, também conhecido como “Doença do Panamá”, que está destruindo plantações inteiras de bananas em Taiwan, Indonésia e Malásia. O fungo, todavia, está se espalhando pelo mundo e é uma questão de tempo para que chegue à América Latina. Pelo menos é o que apontam cientistas da Universidade Wageningen, na Holanda. A preocupação é que grande parte das bananas importadas pela Europa tem como origem o continente sul-americano.

Quando infectada pelo fungo, a banana começa a murchar e reduz a capacidade de receber água do solo, afetando diretamente seu sistema vascular e levando à morte da fruta.

Pesquisa holandesa

Os mesmos cientistas holandeses, procurando entender como ocorre a proliferação do fungo, recriaram a forma que a doença se espalha, desde sua origem. De acordo com o estudo, um clone da “Doença do Panamá” é o “Tropical Race 4 (TR4)” que apresenta as mesmas características e atinge o subgrupo de bananas Cavendish. O problema é que este tipo de banana representa 47% da produção mundial da fruta.

“A TR4 pode ter afetado perto de 100.000 hectares e deverá disseminar-se no futuro através de material da planta infectada, solos contaminados, ferramenta, calçado, inundações ou medidas sanitárias inapropriadas”, explicaram os pesquisadores da Universidade Wageningen.

Outro relatório importante, o “Worse Comes to Worst: Bananas and Panama Disease”, publicado no jornal Plos One, faz uma alerta sobre o alastramento do fungo. “A atual expansão da epidemia da doença do Panamá é particularmente destrutiva devido a monocultura massiva e susceptível das bananas Cavendish”.