Com tantas tarefas a exercer ao longo do dia, qualquer auxílio que facilite a vida das mulheres e os cuidados com a saúde delas é muito bem-vindo. Para o período da menstruação, o coletor menstrual veio como alternativa e, ainda, com vantagens que contribuem com a preservação ambiental.

O item trata-se de um copinho de silicone que coleta o sangue da menstruação. Hipoalérgico e antibacteriano, é ajustável ao corpo.
Antes de chegar ao mercado, em 2005, a única opção durante a fase menstrual era o absorvente descartável, que surgiu no Brasil em 1930, começando a se popularizar na década de 50. Compostos, principalmente, por celulose e plástico, é necessária a exploração do petróleo e o desmatamento de árvores para sua fabricação. Além da extração dessas matérias-primas, que já impactam o meio ambiente, quando descartados se acumulam nos aterros sanitários. E aí, são vários os problemas.

Impacto ambiental dos absorventes descartáveis

Produzidos com aditivos químicos usados para retirar odores, ou gerar maior absorção, em contato direto com o meio ambiente esses produtos liberam toxinas e levam cerca de 100 anos para se decomporem. O fato fica ainda mais alarmante com o próximo número: segundo dados da Associação Britânica de Fabricantes de Produtos Absorventes Higiênicos (AHPMA), cada mulher usa cerca de 11 mil absorventes íntimos em sua vida.
Estima-se que uma mulher que tem cerca de 450 ciclos menstruais durante a vida gere um lixo de aproximadamente 150 quilos de absorventes.

Impactos também na saúde

Os agentes químicos contidos nos absorventes descartáveis podem estimular a proliferação de bactérias e fungos, desencadeando corrimentos, vermelhidão e inchaço. Podem ainda causar uma série de alergias pelo abafamento da região ou pelo contato direto com a pele.
Para evitar problemas, o recomendado é que eles sejam trocados a cada três horas, situação bem diferente do que oferece o coletor menstrual.

Vantagens do coletor menstrual

O silicone com o qual o produto é feito não funciona como um meio de cultura para bactérias, não irrita a pele e pode ser utilizados por até 12 horas. Além disso, possui durabilidade muito grande: se bem cuidado e higienizado, pode durar até 10 anos. Isso traz ganhos ambientais, já que não precisa ser descartado a cada uso, e também financeiros. O preço dos coletores varia de R$ 40 a R$ 90. O custo é muito menor do que o necessário para bancar absorventes descartáveis. Durante a vida fértil, uma mulher gasta cerca de R$ 6.000 com esse tipo de produto.

Como usá-lo

O coletor é dobrado e introduzido na vagina. Após ser utilizado por até 12 horas, esvazie o conteúdo no vaso sanitário, lave com água e sabão neutro e o insira novamente. Ao final de cada ciclo, é recomendado fervê-lo por cinco minutos, porém, não se deve fazer isso em panelas de alumínio ou teflon, pois elas soltam substâncias metálicas que podem danificar o silicone.

Investindo na reciclagem

Por aqui, o destino final dos absorventes descartáveis são os aterros, mas a empresa canadense Knowaste desenvolveu, no Reino Unido, uma usina de reciclagem de fraldas, absorventes femininos e geriátricos.
Nela, o material orgânico é separado, seco e transformado em gás para a geração de energia. As fraldas e absorventes são esterilizados, lavados e passam por um tratamento químico que tira o gel absorvente de resíduos líquidos. Depois de limpo novamente, o plástico é comprimido e triturado em pequenas partes, que podem dar origem a produtos como madeira plástica, telhas e outros materiais absorventes.
A empresa calcula que a reciclagem desses resíduos evita a emissão de 22 mil toneladas de carbono por ano.