í© Depositphotos.com / jbk-photography Até então, os caroços da fruta era despejados nas ruas e esgotos e prejudicavam o meio ambiente.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (IDB) está contribuindo financeiramente com as famílias de baixa renda do Estado do Pará, na busca de estimular a produção de materiais utilizados pelas usinas de biomassa. Do Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin), cerca de dois milhões de dólares serão aplicados no processamento do açaí, com o intuito de tornar essas famílias fornecedoras do material.

Tipicamente da região, o açaí é um dos principais ingredientes na mesa dos paraenses. Pelo fato da grande incidência local, o caroço da fruta é costumeiramente descartado nas ruas, esgotos e rios, o que acaba resultando em uma série de consequências negativas para o meio ambiente.

Contando com os recursos do Fumin, a ideia é que uma rede de produtos de polpa de açaí e catadores de lixo, criada justamente para o projeto, seja responsável pela coleta desses caroços, aproveitando-os como matéria-prima para geração de energia renovável. “Essa abordagem inovadora vai transformar um crescente problema ambiental em uma oportunidade de negócio verde”, afirma a líder da equipe do projeto, Lorena Mejicanos Ríos.

Em conjunto da criação da nova rede, está em desenvolvimento um plano logístico para criação de estações de coleta e transporte do material para a responsável pelo processamento dos caroços em biomassa. A estimativa é de que o projeto gere novas formas de renda para 2400 produtores de polpa e 360 catadores de resíduos, além de 65 novos postos de trabalho.

“Esperamos que este projeto inspire a cultura da reciclagem e ofereça lições importantes para iniciativas semelhantes em toda a América Latina e no Caribe”, explana Lorena. Vale destacar ainda o auxílio do projeto na luta contra a emissão de gases de efeito estufa, já que, através da iniciativa, cerca de 234 mil toneladas métricas de dióxido de carbono deixarão de ser soltos na atmosfera.