A mídia, esta semana, noticiou que janeiro foi o mês mais quente em São Paulo desde 1943, quando iniciaram as medições do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O forte calor provocou aumento do consumo de água, que somado a falta de chuvas levou a baixa dos reservatórios, principalmente o Sistema Cantareira, que abastece 9,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo.

A Sabesp, empresa distribuidora da região, adotou um incentivo financeiro para quem diminuir o consumo. Segundo informação da Sabesp, o cliente que reduzir em pelo menos 20% o consumo médio de um período de 12 meses: de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014, terá direito ao desconto de 30% na conta de água. O incentivo tornou-se necessário por causa da situação crítica registrada no Sistema Cantareira, que está com 21,9% de sua capacidade, o nível mais baixo da história.

Reservatório da Cantareira
Reservatório da Cantareira. Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress

O consumo médio diário por pessoa na Grande São Paulo é de 161 litros. O considerado suficiente para as necessidades básicas é 110 litros, o que gera muito espaço para a economia.

No estado da Califórnia (EUA), onde ocorre forte seca, a população também está sendo chamada a economizar 20% no consumo. A baixa disponibilidade de água vem afetando diretamente os produtores de frutas da região, pois não há água suficiente para os pomares, gerando queda na produção e desemprego.

Estes são exemplos de dois estados ricos em seus países e que estão dependentes da chuva.

No Brasil, agravando a situação, além do consumo exagerado de água em algumas regiões, há desperdício na distribuição. Segundo o Instituto Trata Brasil, em 2011, 38,8% da água tratada foi desperdiçada, principalmente pela idade da rede de tubulações.

Água é um assunto sério, mas insistimos em não querer ver. Como um bem natural ela é finita.

O problema não está somente nas mãos do governo ou das empresas distribuidoras, mas também dos cidadãos, tanto nas atitudes de consumo, como na cobrança por soluções para a rede envelhecida e os vazamentos.

Minha avó, na sua sabedoria popular, sempre dizia: “não deixe para amanhã o que pode fazer hoje”. E esta é a nossa hora!