Emissão CO2
Foto: Klimenko

O lixo industrial, resultante das atividades de produção dos mais variados tipos de indústrias é um dos maiores responsáveis por danos graves ao meio ambiente. Com alta presença de produtos químicos e tóxicos, como solventes, metais e pesticidas, estes resíduos, quando despejados de maneira incorreta, oferecem sérios riscos à saúde ambiental.

Assim como os demais tipos de lixo – urbano, orgânico, eletrônico, hospitalar e radioativo –, os resíduos industriais devem seguir métodos específicos de eliminação para evitar agressões ao meio ambiente. O tratamento e destino adequado variam de acordo com a classificação do material. Dependendo da atividade industrial realizada – alimentícia, química, metalúrgica, mineração – os resíduos gerados podem ser classificados como perigosos (Classe 1), não-inertes (Classe 2) e inertes (Classe 3), que possuem formas de tratamento diferentes.

Considerando que os lixos classes 1 e 2 são os que apresentam mais riscos ao meio ambiente e estão bastante presentes na produção industrial, suas técnicas de tratamento têm como principais objetivos a reutilização ou inertização dos resíduos, que os torna menos ofensivos à natureza. Atualmente os métodos mais utilizados são a incineração, aterros industriais e a reciclagem. Conheça um pouco sobre cada um.

Incineração

A incineração, processo que reduz os resíduos a gases e materiais inertes através da queima controlada, é um processo mais complexo e custoso que, além das desvantagens econômicas, ainda gera polêmicas sobre seus reais efeitos ao ambiente.

Incineração de lixo
Foto: blogdrveit

Essa técnica possui peculiaridades para a eliminação de cada tipo de lixo. No caso dos resíduos compostos apenas por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, exige-se apenas um processo eficiente de remoção das cinzas. Já para materiais tóxicos – que contenham cloro, fósforo ou enxofre – é necessário um sistema complexo e avançado de tratamento dos gases resultantes para que possam ser lançados com segurança na atmosfera.

Aterros industriais

Aterro industrial
Foto: marcaambiental

Os aterros sanitários industriais devem possuir sistema duplo de impermeabilização, que geralmente são feitos com uma manta sintética sobreposta a uma camada de argila compactada, mantendo-se a uma distância de pelo menos 2 metros dos lençóis freáticos.

No caso de aterros para destinação de resíduos sólidos perigosos (Classe 1), que são contaminantes e tóxicos, é necessário utilizar um local naturalmente impermeável, caracterizado pela predominância de material argiloso e pelo baixo grau de saturação do solo.

Este método de descarte é bastante comum por possuir custos bem mais baixos do que a incineração. Enquanto os investimentos para a eliminação de uma tonelada de lixo industrial nos incineradores chegam a R$ 3 mil, o descarte da mesma quantidade de resíduos nos aterros custa em torno de R$ 300.

Reciclagem

Foto: felicemcc
Foto: felicemcc

Outro destino para o lixo industrial é a doação ou venda como matéria-prima para outras indústrias. Para incentivar este tipo de reaproveitamento, que traz vantagens econômicas e ambientais, foi criado, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Sistema Integrado de Bolsa de Resíduos, que reúne mais de 6.300 empresas que oferecem ou têm interesse neste tipo de material.

Existem ainda outros métodos para tratamento do lixo industrial, entre eles a neutralização utilizada para materiais ácidos ou alcalinos; a secagem ou mescla, que, através da mistura de resíduos úmidos e secos, cria materiais inertes como a serragem; o encapsulamento, método no qual os resíduos são revestidos com resina sintética tornando-se impermeáveis; e a incorporação, que agrega o lixo à massa de concreto ou de cerâmica nas medidas certas para que não prejudique o ambiente.