O problema enfrentado com o lixo jogado nas ruas é uma questão que provoca dor de cabeça a cidades de todos os lugares do mundo. Conscientizar as pessoas de realizarem o descarte correto não é uma tarefa fácil.
Todos os dias, milhões de bitucas de cigarros, por exemplo, são jogadas nas ruas, causando diversos problemas para o planeta. O que nem todo mundo sabe é que uma simples bituca de cigarro contém mais de quatro mil substâncias tóxicas e pode demorar até cinco anos para se decompor.
Até que processo de decomposição seja completado, o material percorre por diferentes tipos de solos – e até lençóis freáticos – contaminando-os, podendo prejudicar o meio ambiente de várias maneiras. Pensando nas graves consequências causadas pelo simples descarte de um cigarro, o governo do Rio de Janeiro anunciou que o estado será o primeiro no país a contar com uma política de reaproveitamento de guimbas.
De acordo com a Lei 7313/2016, sancionada em junho, um programa de reciclagem (envolvendo fabricantes, distribuidores e comerciantes do tabaco) deverá ser criado, sendo obrigatória a disponibilização de “fumódromos” para depósito deste material em locais de grande circulação. Com a coleta, as bitucas de cigarro serão direcionadas para empresas onde acontece a reutilização.
“Com a reciclagem dos filtros, criamos novos materiais que podem ser reaproveitados pela população e nada se perde. E este é o caminho para um futuro mais sustentável com menos lixo tóxico na natureza. Queremos este pioneirismo para o Rio, que será o primeiro do Brasil a ter uma lei sobre o tema”, disse Tiago Mohamed, responsável pelo projeto, deputado estadual (PMDB) e atual secretário de Abastecimento e Segurança Alimentar do município do Rio, em release oficial.
A iniciativa do governo promete trazer grandes recompensas para o estado, já que o Rio de Janeiro descarta cerca de 42 milhões de filtros de cigarros todos os dias. Após a reciclagem, os materiais passarão a abastecer a indústria do cimento, adubos e muitas outras utilidades. O projeto ainda prevê a aplicação de multas por descumprimento das normas.
“O problema está se tornando cada vez maior por conta do descarte irregular. Investir em reciclagem é tratar a questão ambiental do cigarro. Já temos campanhas contra o fumo. Agora, é o momento de pensar em quem fuma e o produto final desta ação”, conclui o autor da lei.